Quarto do Joshua

- É dificil saber em quem confiar, para não falar que ele me mentiu durante anos - peguei na minha mala e olhei para a caixa que ele levava na mao enquanto desciamos o elevador - essa é a caixa das fotos ? - peguntei enquanto mexia no cabelo para estar entretida. não podia dizer que depois do que tinhamos feito a tarde era facil ficar fechada com ele num espaço pequeno, porque estaria a mentir e apesar dele ser parvo, era bastante sexy

Olhei para ele a agarrar a caixa como se a sua vida dependesse disso - eu não te vou roubar a caixa, escusas de a segurar como se a alguém te quisesse tirar - acabei por sair do elevador e ir ate ao meu carro - sabes que estás a fazer com que isto soe mais como um encontro - fiz uma careta - mas de qualquer maneira eu posso passar por um mcdonald's e é rápido. quero saber o que o Isles vai inventar desta vez

- Com um homem que, por coincidencia, é teu pai ou padrasto e é meu médico. - respondi.lhe e depois de ter posto o cinto, arranquei dali com o meu toyota - tens de me dizer a morada - olhei para ele por segundos enquanto saia da zona rica da cidade - eu ainda não adivinho a tua mente, sabes - ironizei enquanto mudava de direção assim que me disse onde o seu padrasto estava a nossa espera. aquela zona da cidade não se assemelhava nada com a zona a que eu estava habituada. a oficina não estava mal localizada mas não era num lugar assim tão bonito em que tudo parecia que mal tinha sido tocado para não ficar sujo, eu estava habituada a confusao, barulho e tudo mais. não tinha vida de rica mas também não me importava porque tinha orgulho no que tinha alcançado

Quando voltei a mim estava a olhar para o teto branco de Josh. Talvez aquilo tivesse sido apenas um sonho e eu tinha acabado de fazer sexo com ele e era apenas isso mas quando olhei para mim, estava vestida e a minha dor de cabeça continuava a chatear.me.

Comecei a sentar.me na cama mas mal o tentei fazer, Josh impediu.me - Não foi apenas um sonho aquilo tudo do motel, pois nao ? - perguntei na esperança que ele dissesse que me tinha vestido e tava a gozar comigo mas pela sua cara e pelo envelope e caixa que estavam em cima da sua comoda, algo me dizia que era verdade - O teu padrasto é um verdadeiro estupor - disse.lhe - Viste uma fotografia nossa que está ali ? - perguntei

- Não faz mal. Obrigada - agradeci. ainda bem que ele não me tinha deixado naquele motel porque aquilo era nojento - ainda bem que não me deixaste naquele motel, era nojento - fiz uma careta enquanto me levantava ligeiramente - o que é que te lembraste ? - perguntei, olhando para ele curiosamente. quem diria que nos ja nos conheciamos desde pequeninos, nao podia deixar de pensar o quao ironico era

Ri.me quando ele disse do que se tinha lembrado. Coisas tipicas de crianças. Honestamente eu não me lembrava dele mas era provavelmente por ser ainda muito pequena - Honestamente não me lembro de ti, provavelmente era demasiado pequena para reter memórias a longo prazo mas parece que nós já nos conhecemos desde pequenos. quem diria.. - disse, sentindo.me ainda tonta. - eu estive apagada quanto tempo ? - perguntei.lhe

- Sim, fizeste bem em não me levar. Detesto hospitais - disse enquanto me levantava, desequilibrando.me de imediato. Senti as suas mãos nos meus cotovelos e pisquei os olhos - Não preciso de tomar nada. Eu estou bem - endireitei.me com a sua ajuda. - Já é tarde, muito tarde, por isso devia ir embora para tu ires dormir e eu ir a casa para amanha ir trabalhar

- E tu vais.me dar o que para tomar ? - perguntei, pondo a mão no seu peito - como posso saber se alguem não adulterou esses comprimidos também. eles não te tentaram fazer mal também ? - olhei para ele - eu fico no carro até me sentir melhor. nao devo ficar assim muito mais tempo - prometi apesar de estar a mentir com todos os dentes que tinha na boca

- algo que te vai ajudar a sentires-te melhor. - comecei por dizer, abanando a cabeça - eles nao vieram aqui mudar nada de certeza. Comigo foi diferente porque, como o Isles disse, eles estão metidos em toda a parte, logo, o hospital está incluído. - suspirei e voltei a olhá-la. - sou enfermeiro, conheço essas palavras. Cin, é para o teu bem, a sério. E quanto ao Isles... Ele realmente tem-se esforçado muito para te manter longe da merda toda.

- Eu sei que tu és enfermeiro, tu é que não te lembravas disso - ri.me e tive de me segurar a ele porque o quarto decidiu dar uma volta no carrossel, obrigando.me a fechar os olhos. tonturas era o pior que eu podia ter, não conseguir andar por mim e sentir.me desorientada ao ponto de precisar de me segurar a ele para me manter em pé, era a pior coisa que me podiam fazer - Preferia que ele me tivesse contado em vez de ter escondido isto tudo. O meu pai disse para ele me proteger, não sei se disse mas de qualquer maneira ele talvez o tenha feito desses homens que são sei lá o que mas eu tive no sistema de adoção por anos e achas que alguém quis ficar com a miúda que não tinha metade de uma perna. eu nunca tive uma mãe ou um pai que me ensinasse a fazer as coisas ou me explicasse o que ia acontecer durante os anos e tive de me desenrascar sozinha, por isso da única coisa que ele me protegeu e talvez não porque se eles são assim tão poderosos, devem saber de  mim, foi desses mafiosos

Acabei por me sentar como ele pediu, sentindo.me ainda tonta. detestava este sentimento, esta sensação - Não, não tentou. Ele teria.me dito algo a esse respeito - olhei para ele - Ele estava sempre a perguntar.me como estava, se já tinha encontrado uma familia, como ia na escola, etc mas nunca me falou em adotar.me e nunca apareceu ninguém no orfanato. Não tentes faze.lo passar por bonzinho.

- É.. as coisas com ele nunca correm como planeado - revirei os olhos por ele o estar a defender. Era obvio que o ia fazer, era seu padrasto - Espera - segurei no seu braço e puxei.o para mim, beijando.o. podia ser que assim ele se distrai-se e se esquecesse do comprimido. eu preferia esperar que as tonturas passassem a tomar um comprimido

Suspirei e deixei.me cair para trás na cama - prefiro ficar aqui deitada até que isto passe a tomar um comprimido - disse.lhe, olhando para ele ao meu lado - se me querem fazer pagar que me matem de uma vez - revirei os olhos - sinceramente tantos jogos quando me podem simplesmente levar e matar - encolhi os ombros e fiquei a olhar para o seu teto enquanto pensava que seria facil. tirarem.me o macaco do carro e ficar esmagada, alguem me bater com uma ferramenta. era facil

- Então eu tenho que me portar mal ? - sorri - Eu posso portar.me mal e acabar com esta porra toda de uma vez. sinceramente estou farta dos joguinhos, disto tudo com o Isles. Posso sempre ir a policia, dizer que tenho provas que o acidente dos meus pais foi um homicidio e ai vou direta a fonte - expliquei, suspirando - Então se não me querem matar, querem fazer o que ?