Quarto do Joshua

Dei um passo atrás depois de me dar o murro. Ela é daquele tipo de pessoa que por muito não pareça, tem bastante força até. Para uma rapariga, claro. Especialmente com aquela... Carinha. Respirei fundo e cerrei os punhos. — Sabes quem é que vai chegar aqui daqui a nada? O Theo. Não és refém, mas também não vais sair daqui, porque é mais seguro ficares aqui. Tu podes ter escolhido afastares-me há uns tempos atrás, mas eu não vou fazer isso. E não, também não me vais matar. O Theo vai ajudar-nos, vamos trabalhar todos em equipa, e tu vais colaborar. Quando ele chegar ele fala melhor contigo, já que o que quer que seja que eu te diga agora não faz diferença.

– Caraças, tu quando queres sabes ser mesmo irritante, não sabes? Não que isso seja algo novo para mim. Mas tudo bem, vai lá para o quarto se é isso que tu queres. O Theo ficou só a tratar das coisas dele para não dar demasiado das vistas e entretanto já aí está. E quando ele chegar, tu vais ver que eu tenho razão. Até lá... Olha, sei lá, descansa. – Encolhi os ombros e respirei fundo. Certamente que o moço já não demoraria muito.

– AGRADECIA QUE NÃO ME DESTRUÍSSES A CASA! OBRIGADO! – Gritei-lhe para que me ouvisse bem, revirando os olhos depois. Os outros dois riram-se, mas assim que os olhei calaram-se de imediato. Olhei para o telemóvel assim que o ouvi e respirei fundo uma vez mais. Ao menos isso, Theo já estava a caminho. Esperámos cerca de vinte minutos até que ele chegasse. Fiz-lhe sinal quando um dos meus lhe abriu a porta, e assim que ele se aproximou de mim apontei para a porta do quarto. – Olha, ela está para ali, e não se acredita. Fala tu com ela, porque ela a mim não me liga nenhuma. Nem sei porque é que ainda faço tanto por ela, sinceramente. Mas vá, boa sorte com isso, não sejas comido pela fera porque precisamos de ti.

Bati à porta e aguardei, até que ouvi Theo pedir para que eu entrasse. Fechei a porta e olhei ambos, mas concentrei o meu olhar em Cinder logo depois. – Então? Eu sempre te estava a mentir, Cinder? – Questionei calmamente, sem querer começar uma nova discussão. Mas claro que ela ia começar a barafustar rapidamente. – Se queremos abatê-los precisamos de ser cautelosos e mais espertos que eles. Se fizermos tudo de cabeça quente e da maneira que tu queres, vamos acabar por perder. E não, não te estou a chamar burra, antes que digas ou penses isso.