Universidade

Engoli em seco ao ouvir o tom da sua voz e suspirei, abanando a cabeça.
- Não tires conclusões precipitadas, Kaylee. - resmunguei, quando a ouvi dizer que agora eu já não quereria saber das suas justificações. - Assim como tu precisaste de um momento, também eu preciso de um para aceitar que, porra, tu duvidaste de mim. Acusaste-me de estar a brincar contigo, quando tudo o que eu fui foi honesto, desde o início. - abanei a cabeça e rodei o banco, olhando para ela, que agora se encontrava no fundo da sala. - Está tudo bem. Eu só estou... - fiz uma pausa. - magoado. O teu instinto foi pensar no pior. Foi pensar que eu sou uma porcaria enquanto homem. - abanei a cabeça, não conseguindo esconder a minha desilusão perante aquele pensamento. - Eu sei que não te posso culpar completamente. Porque eu nunca o disse. Mas também não vou dizer que eu te deveria ter dito. Eu preferia que, simplesmente, não tivesses assumido o pior. - expliquei, mais calmo, voltando a virar-me para o meu trabalho.

Assim que cheguei ao cavalete que tinha escolhido, pousei as minhas coisas num dos bancos, fui escolher uma tela em branco e quando a pousei no seu sítio, Noah voltou a falar.
- O que é que queres que te diga, Noah? - suspirei, apertando a tela nas minhas mãos.- eu já te pedi desculpa, já percebi que estive mal, que me precipitei.- atrevi-me a olhá-lo.- não há muito mais que eu possa fazer agora.- confessei com um encolher de ombros.- mas tudo bem, eu percebo que estejas magoado.- assenti.- não te deveria ter julgado, muito menos depois de tudo o que já aconteceu connosco.- mordisquei o meu lábio inferior. Olhei-o durante uns breves segundos, sentindo uma enorme vontade de me aproximar, mas não o fiz.- eu vou dar-te tempo para...- fiz um gesto qualquer com a mão.- para organizares as ideias, para me desculpares, não sei..- murmurei.- sabes onde me encontrar quando quiseres falar.- assenti.- se quiseres falar.- completei, voltando a agarrar nas minhas coisas e dirigi-me para a porta. Já nem pintar me apetecia. Só queria ir para casa e enfiar-me na cama.

Ouvi as suas palavras e deixei que ela continuasse o seu discurso, sem a interromper. Tinha sido claro ao pedir-lhe algum tempo para, pelo menos, conseguir digerir aquela situação. Aquele seu instinto que me pintara em tons tão negros.
Assenti quando disse que eu saberia onde a encontrar.
- Até logo, Kaylee. - despedi-me, vendo-a voltar a pegar nas suas coisas novamente, pronta para sair.

- Nem toda a gente pode ser o gémeo mais pacífico.- disse apenas, com um leve sorriso, optando por deixar o assunto do seu irmão por ali. Não queria pensar demasiado naquilo. Se Noah me garantia que a sua reação não tinha acontecido por minha causa, eu acreditava nele.
O que me estava a começar a incomodar era o facto de dentro daquelas quatro paredes eu não saber o que podia fazer ou não fazer com ele. Não era como se eu me quisesse atirar para os braços dele e enchê-lo de beijos - ok, se calhar até queres, Kaylee -, mas era suposto continuarmos a fingir que não nos suportamos? Abanei ligeiramente a cabeça, numa tentativa de expulsar aqueles pensamentos e aproveitei que a porta da nossa sala já estava aberta para ir entrando e pousar as coisas no meu lugar de sempre.
- Eu não estou interessada em todos os rapazes da tua equipa.- respondi, ao ouvir a gargalhada de Noah.- além disso, não tenho assim tanto amor para dar.- brinquei.- e sou muito exigente com músculos, não me deixo levar por qualquer coisinha.- continuei, com um sorriso traquina.

Ri-me das suas palavras.
- A minha mãe já me disse isso. - brinquei com um sorriso traquina. - Também não podiamos ser iguais em tudo. Já basta a aparência. - fiz uma careta engraçada.
Percorremos os corredores calmamente. Fui fazendo pequenos acenos de cumprimento à medida que ia passando por jogadores ou pessoal da claque e, finalmente, acabamos por chegar à nossa sala.
- Bem, apreciar não implica, necessariamente, estar interessado em alguém. - ri-me. - Mas não te vou proibir de ter as tuas atenções só em mim. - pisquei-lhe o olho, divertido.

- Olha que as mães têm sempre razão.- alimentei a sua brincadeira, brindando-o com um sorriso.- mas numa coisa vocês são iguais, e não é só na aparência.- olhei-o, fingindo um ar de sofrimento logo de seguida.- são convencidos que dói.- gozei, acabando por me sentar na minha cadeira e aproveitei enquanto o ouvia para ir tirando as minhas coisas.- tu sabes muito, Noah Walker.- semicerrei-lhe os olhos, atirando-lhe com uma caneta quando me piscou o olho e acabei por me rir, abanando a cabeça. Endireitei-me na cadeira, olhando para o relógio que estava preso à parede da sala, mesmo por cima do quadro. Faltavam 5 minutos para a aula começar.
- Então e agora, vais sentar-te ao meu lado ou vou ter de continuar a fingir que não te suporto? - brinquei, com um sorrisinho igual ao que Noah me tinha dirigido outrora e fui observando depois, por cima do seu ombro, algumas pessoas que iam entrando.

Ri-me.
- A minha mãe nem sempre tem razão. Quando está a falar mal de mim, perde a razão toda. - brinquei. Arqueei o sobrolho perante a sua acusação. - Não tenho culpa que nos tenham deixado confiantes. - provoquei, divertido.
Observei-a a tirar as suas coisas da mala e olhei para o relógio também. Algumas pessoas já começavam a entrar e a sentar-se.
- Bem, essa decisão é tua. Queres que esteja a dez metros ou a um? - brinquei, sentando-me na mesa ao seu lado.

Ao ouvi-lo falar sobre a sua mãe, não consegui não soltar uma leve gargalhada. Do pouco que tinha conhecido, ela parecia-me ser uma pessoa super querida...e com muita paciência, não fosse ela mãe de dois pares de gémeos. Ri-me ligeiramente com os meus próprios pensamentos e voltei depois a minha atenção para Noah.
- Claro que sim, o que seria de mim se achasse que tu é que não tens razão.- ironizei.- és impossível, Walker.- abanei a cabeça, em jeito de reprovação. Dei-lhe um pequeno encontrão quando se sentou ao meu lado e sorri, ao ouvi-lo.- acho que um metro é suficiente.- brinquei.- até porque acho que não irias conseguir estar mais longe do que isso.- pisquei-lhe o olho.- sei que não me resistes.- piquei-o, calando-me logo de seguida, no preciso momento em que o professor entrou na sala.

Encolhi os ombros despreocupadamente e fiz o meu melhor sorriso de inocente, piscando os olhos.
- Eu nunca mentiria. - garanti, acabando depois por me rir. - Não acho que eu seja impossível. - brinquei.
Recostei-me na cadeira e observei as pessoas a entrarem.
- E depois o convencido sou eu? - gozei. - O que se passa nesse teu mundinho? - ri-me.
Entretanto, já a sala estava mais cheia e o professor entrava pela porta.

- Eu nem te vou responder.- respondi num resmungo, virando os olhos face a toda aquela falsa modéstia.
Pouco tempo demorou até que a aula tivesse início. Se havia coisa que este professor não perdia era mesmo tempo, a partir do momento em que metia os pés na sala a aula tinha início, por muito que nos custasse. Olhei para Noah, ao ouvir a sua provocação e imitei o sorriso convencido que me oferecia com frequência.
- Ando a aprender com o melhor.- pisquei-lhe o olho, começando a rabiscar de forma distraída no meu caderno.- mas escusas de me tentar contrariar, Walker.- encolhi os ombros.- eu sei bem que tenho razão.

Ri-me por ouvi-la resmungar e depois calei-me assim que o professor começou a disparar com matérias e conceitos para todos os lados. Metade da turma tentava acompanhá-lo, enquanto outra metade já se tinha perdido. Por agora, eu estava no primeiro grupo.
- Shh, não me distraias. - provoquei numa das curtas pausas que o homem fez para beber água. Olhei rapidamente para Kaylee e pisquei-lhe o olho, divertido, voltando logo depois a prestar atenção à avalanche nova que estava prestes para vir. Não conseguia compreender como é que aquele homem tinha tantas palavras prontas para lhe sair da boca. Era admirável, se não fosse tão entediante.

Levantei ambas as sobrancelhas, num gesto de surpresa, quando ouvi Noah mandar-me calar e revirei-lhe os olhos, ainda que com um sorriso nos lábios. Ele sabia mesmo como me irritar.
Recostei-me na cadeira, decidindo deixá-lo ficar atento à aula e tentei fazer o mesmo. Eu juro que tentava ser uma aluna aplicada, mas existiam aulas que me tiravam do sério. E aquela era uma delas. Fui tirando alguns apontamentos, na esperança de que aquilo me ajudasse a reter alguma informação, mas quando dei por mim já estava novamente distraída. Mordi o lábio da mesma forma, desviando o meu olhar da folha para a mão de Noah que se encontrava pousada em cima da mesa e pouco demorou até que o meu olhar fosse subindo até à sua cara. Ainda não conseguia acreditar na forma como as coisas tinham mudado entre nós. Passámos de não nos suportar para agora estarmos...juntos? Nunca tinha pensado que isto fosse acontecer. Tinha de confessar que lhe achava bastante piada, mesmo quando tentava fazer parecer que não, mas nunca tinha equacionado aquele cenário. Estar com ele, dormir em sua casa, beijá-lo...nada fazia prever que aquilo fosse acontecer. Mas agora que tinha acontecido, era como se tudo fizesse sentido, eu não sabia explicar. Aliás, eu nem sabia o que estava a acontecer. A única coisa que eu sabia era que só percebi que estava demasiado perdida nos meus pensamentos e no seu rosto que assim que a campainha tocou eu estremeci, afundando-me na cadeira logo de seguida. Mas que raio, Kaylee.

Pelo resto da aula, Kaylee escolheu estar calada, e notei que ela ia, também, tirando apontamentos. Houve uma altura em que, pelo canto do olho, reparei os seus movimentos estagnaram e, num momento de silêncio do professor, alarguei o meu campo de visão e apercebi-me que ela me estava a encarar. No entanto, não a olhei, e continuei o mais atento que conseguia, tentando não me rir com o facto de que, agora, Kaylee estava completamente perdida na sua própria cabeça. Tão perdida que até se assustou com o toque estridente da campainha que anunciava o fim da aula.
- A aula era sobre retratos? - provoquei-a, enquanto a confusão se instalava à nossa volta à medida que toda a gente começava a guardar as suas coisas. Levantei o olhar na sua direção com um sorrisinho. - Retratos da minha pessoa, mais especificamente? - continuei no mesmo tom.

Se eu achava que condenar-me mentalmente pelos meus pensamentos era a coisa mais embaraçosa que me ia acontecer, rapidamente percebi o contrário ao ouvir a pergunta de Noah. Mordi a parte de dentro da minha bochecha com força, revirando os olhos de uma forma ligeira. Não precisava de olhar para mim para saber que estava corada, conseguia senti-lo.
- Vai-te lixar.- resmunguei baixinho, levantando-me para começar a arrumar as minhas coisas.- nesta aula, até olhar para ti consegue ser menos entediante.- encolhi os ombros.- mas não fiques convencido, não és assim tão giro.- tentei desviar as atenções. Nem eu sabia porque raio é que tinha ficado a olhar para ele daquela forma, como é que poderia sequer explicar-lhe? Baixei o olhar para a minha mochila, tentando esconder o meu olhar do seu e só me obriguei a olhá-lo quando a coloquei ao ombro. Se me pudesse enfiar num buraco naquele momento, fá-lo-ia.- não tens um jogo para ir, Walker?

Ri-me, divertido com o seu "Vai-te lixar", acabando por chamar a atenção de algumas pessoas para nós. Encolhi os ombros despreocupadamente e atirei as minhas coisas para dentro da mochila.
- Andas a contradizer-te bastante, Oswald. - provoquei, divertido, enquanto me levantava. - Mas eu vou ser um cavalheiro e deixar esta passar. Não te quero deixar ainda mais envergonhada pela tua paixoneta por mim. - brinquei com ela.
Comecei a andar calmamente para o exterior da sala.
- Sim. Tenho jogo. De tarde. - olhei para ela. - Tens noção que só agora é que é hora de almoço? - ri-me. Aquela tinha sido uma daquelas aulas longas e, mais uma vez, o professor optara por ignorar o facto de que temos direito a um intervalo.

O que valia era que eu me sentia suficientemente à vontade com Noah para deixar de me sentir desconfortável rapidamente. Levantei uma sobrancelha, quando me disse que desculpava a minha paixoneta por ele, e forcei uma gargalhada, dando-lhe uma chapadinha sem força no braço.
- Isso querias tu, Walker.- pisquei-lhe o olho.- que eu me apaixonasse por ti.- completei.- mas não me apaixono assim tão facilmente, vais ter de te esforçar mais.- mandei-lhe um beijinho pelo ar e comecei a sair com ele da sala, olhando em volta quando o fizemos. Esta aula tinha passado tão devagar que parecia que já tinha passado meio dia desde que ali chegara.- esta aula foi demasiado longa.- gargalhei, dando voz aos meus pensamentos.- ainda preciso de descobrir o que vou comer.- confessei, mais para mim do que para ele.- mas vai lá, Walker, já estou farta de te aturar.

Arqueei o sobrolho e abanei a cabeça, acabando por me rir.
- Mais uma vez, serei cavalheiro e não discutirei a tua clara atração e paixoneta por mim. Por respeito aos envolvidos. - brinquei, saindo finalmente da sala.
Peguei no telemóvel para confirmar que já tinha uma mensagem do meu irmão.
- Eu vou almoçar com o pessoal. Vamos até um sítio qualquer. Queres vir? Para te preparares para logo? - ri-me.

- Tu és impossível! - reclamei, soltando um suspiro exasperado.- nem me vou dar ao trabalho de continuar esta discussão.- semicerrei-lhe os ombros, empinando o nariz logo de seguida.- eu sei bem que tenho razão! - e estava ainda a fazer uma lista mental de todas as opções que tinha para o almoço quando ouvi o convite de Noah. Arregalei um pouco os olhos, desviando o olhar na sua direcção e acabei mesmo por me aproximar dele, pousando uma mão na sua testa.- tu estás bem? - brinquei.- dois convites em menos de 24 horas, Walker? - sorri. Estava a morrer por dentro.- não te estou a reconhecer.- voltei a semicerrar-lhe o olhar, mas rapidamente voltei ao meu sorriso, assentindo.- eu aceito!

Ri-me de toda a sua indignação e encolhi os ombros descontraidamente, fazendo um ar de inocência.
- Vou deixar-te acreditar em tudo o que quiseres e te fizer feliz. - provoquei, mantendo aquele tomzinho inocente e lento.
Arqueei o sobrolho, dando por mim a estranhar a sua reação.
- Quem te ouvir falar, pensa que eu sou um antipático de primeira. - olhei-a. Por mais que tentasse, não conseguia compreendê-la. Principalmente depois de as coisas se terem clarificados e termos passado a dar-nos bem. - Okey. - murmurei, recomeçando a andar para o exterior da universidade. Quando avistei o grande grupo, constituído por alguns jogadores e membros da claque, encaminhei-nos até lá. - Quem é que falta? - provoquei, sem nem os cumprimentar. Logo recebi resmungos como resposta enquanto distribuía cumprimentos informais. - Pessoal, esta é a Kaylee. Kaylee... - olhei-a e comecei a enumerar o pessoal, que agora estava organizado num semi-círculo.
- Falta a melhor pessoa do mundo! - ouvi a voz familiar de Louis gritar, antes de ele me saltar para as costas e se rir quando me desequilibrei, por não estar a contar. - Consegui sair a tempo de ir convosco.
- Desgraçados sejamos nós, que temos que te aturar. - provoquei, divertido, fazendo-o colocar-se no chão.

Assim que percebi que o convite de Noah era mesmo verídico, limitei-me a segui-lo até ao exterior. Nunca na vida me tinha passado pela cabeça que iria estar a conviver com o seu grupo de amigos, mas verdade seja dita...depois de tudo o que se tinha passado entre nós, eu já achava qualquer coisa possível. Esbocei um leve sorriso, embrenhada nos meus pensamentos, e quando dei por mim já estávamos rodeados de pessoas das quais só as caras me eram familiares.
- Olá! - limitei-me a dizer, assim que ele me apresentou e fui seguindo a sua apresentação, na iludida esperança de conseguir decorar os nomes.

A verdade é que depois de Louis se juntar ao grupo, as conversas aumentaram e começamos a andar pelo campus, todos na mesma direção. Em algum momento, o meu irmão apareceu também, já quando estávamos prestes a desistir de esperar por ele.
- O mesmo atrasado de sempre. - ouvi uma voz a provocar, assim que Ethan se anunciou no grupo. Ele limitou-se a rir e cumprimentou-me com um gesto de cabeça, indicando Kaylee logo depois.
- Olá, sombra do meu irmão.[b][/b] - provocou-a, divertido.
Revirei os olhos para ele e olhei para Kaylee.
- Acho que estares comigo implica aturar o Ethan. É vendido ao pack.[b][/b] - gozei, mandando a indireta para o meu irmão, que logo me deu um soco no braço.
O resto do grupo ia mais à frente e acabou por entrar num café.

Estávamos já a encaminhar-nos para o local que eu supunha ser o eleito para o almoço quando, de um momento para o outro, uma voz que eu já conhecia se fez ouvir. Claro que era Ethan. Revirei os olhos, mesmo antes de ele se dirigir a mim, e voltei a fazê-lo quando o ouvi falar.
- Olá, cópia barata do teu irmão.- respondi com um sorrisinho, desviando logo de seguida a minha atenção para Noah.- não te preocupes, eu estava ciente desta promoção.- gozei.- podia ter escolhido melhor, mas suponho que agora já não vá a tempo de devolver.- gargalhei.- perdi o talão de troca.

Louis ia mesmo ao meu lado e olhou para Kaylee assim que ela falou.
- Podes sempre oferecer a alguém. Sei de muita gente que aceitava. - disse num tom provocativo e com uma ponta de divertimento.
Abanei a cabeça, mordendo o lábio inferior para controlar o meu riso.
- Toda uma lista. - acrescentou Ethan, super convencido.
Olhei para Kaylee e fiz uma careta.
- Tenho sempre quem me defenda, vês? Seria um injustiçado sem eles. - brinquei.
Os empregados tinham sido obrigados a juntar algumas mesas quando viram que o grupo era relativamente grande. Finalmente, quando chegamos à mesa, sentamo-nos nos quatro lugares que sobravam, todos seguidos. Os menus já estavam na mesa e os pedidos fizeram-se logo.

Tens de começar a aprender a ficar calada, Kaylee. Foi a primeira coisa que me veio à cabeça mal ouvi as respostas de Ethan e de um outro rapaz que fazia parte do grupo.
- Tenho jeito para lidar com listas.- respondi, mais depressa do que aquilo que queria.- consigo reduzi-las num abrir e fechar de olhos.- encolhi os ombros, ao mesmo tempo que senti a minha cara aquecer mais do que aquilo que queria. Para disfarçar e manter a postura, assim que a porta do café se abriu, segui a matilha.

Arqueei o sobrolho para Kaylee, tentando controlar o meu riso.
- Precisas de me contar tudo sobre isso. - provoquei-a, divertido ao ver que ela tinha começado a corar.
Eu fiquei sentado entre Kaylee e Louis, que já estava distraído na conversa com os outros.
- São só provocações, K. - assegurei baixinho, aproximando-me mais de Kaylee.