Entrada

Encolhi os ombros - Tenho mas não tem mal nenhum nem te vou deixar sozinha. - repeti - E estou a meter-me nesta confusão porque quero, eu sei que não precisava de o fazer. - sorri-lhe - Por isso nem vale a pena tentares demover-me da ideia.

- Vais ver que consegues. - disse ainda a sorrir - E sim, depois falamos. - abri a porta da frente do prédio e deixei-a aberta para que a Daisy entrasse - Qualquer coisa que precises podes contar comigo. - disse novamente com um sorriso mas num tom mais baixo.

Sorri-lhe e encolhi os ombros - Não tens de me agradecer. - repeti aquela frase que já lhe tinha dito tantas outras vezes e tirei as chaves de casa - Vêmo-nos depois. - acenei-lhe com a cabeça assim que nos encontrámos ambos em frente à porta das nossas casas - Até amanhã Daisy.

Fiquei à espera de a ver entrar em casa principalmente para ter a certeza que não havia uma nova discussão com o idiota do namorado dela mas parecia tudo calmo por isso sorri-lhe e assim que ela fechou a porta, entrei no meu apartamento dirigindo-me rapidamente até ao meu quarto para dormir um bocado antes de ir trabalhar naquela manhã.

Saí do carro e fechei o mesmo depois da Daisy também sair. Tirei o telemóvel do bolso para me assegurar que não me tinha atrasado muito porque a Tamara tinha-me dito que precisava de estudar para um teste e por isso não podia ficar até muito tarde a tomar conta do Tommy. Semicerrei novamente o olhar à Daisy e continuei a andar até ao prédio.

Estava prestes a entrar no prédio quando a Daisy passou por mim a correr e me fechou a cara na porta. Voltei a semicerrar-lhe os olhos ao ver o seu sorriso e em resposta à sua atitude de criança, respondi também da mesma forma, mostrando-lhe o dedo do meio.

Tentei não sorrir ao ver que a tinha apanhado de surpresa com a minha resposta e voltei a semicerrar-lhe os olhos - Para isso era preciso que tivesses mais força que eu. - disse sorridente, tirando as chaves de casa do bolso e mostrando-lhe que ia abrir a porta.

Encolhi os ombros com o que ela disse a seguir sabendo que não a ia magoar porque ela ia acabar por se afastar da porta e eu ia agarrar a mesma sem que ela levasse com ela em cima. Semicerrei-lhe novamente os olhos assim que ela meteu a chave na fechadura pelo lado de dentro, o que me impedia a mim de abrir a porta por fora mas sorri novamente - Vamos ver. - disse-lhe esticando o braço para as campainhas.

Não cheguei a tocar a campainha nenhuma já que a última coisa que queria era ter os vizinhos a odiar-me por causa daquela nossa brincadeira e assim que percebi que a Daisy já tinha destrancado e se tinha afastado da porta, apressei-me a abrir a mesma, desatando a correr atrás dela mesmo a tempo de a agarrar pela cintura ao chegarmos junto às nossas portas.

Sorri quando reparei que ele nem tocara à campainha de nenhum dos nossos vizinhos e, quando eu ouvi a porta a abrir finalmente, já estava de costas e a caminhar pelo corredor até às portas dos nossos apartamentos.
- Ah! - guinchei quando senti os braços de Wade me rodearem a cintura e praticamente levantarem-me do chão. - Assustaste-me! - resmunguei, rindo-me, enquanto me tentava soltar do seu aperto.

Levantei-lhe os pés do chão, continuando com os braços à volta da sua cintura e com as costas dela apoiadas no meu peito. Soltei uma gargalhada ao ouvi-la e encolhi os ombros - Estava eu à porta, quem é que achavas que tinha entrado? Um assassino em série? - perguntei com um meio sorriso - E já agora, não teve piada. Impediste-me de entrar no meu prédio.

Permiti-me relaxar no seu aperto, acalmando-me do pequeno susto que me pregara há momentos atrás.
- Tu tens ar de serial killer. - brinquei com ele.
Abanei a cabeça e pisquei os olhos inocentemente, tendo olhar para ele.
- Eu? Nunca! - fingi-me indignada, levando uma mão ao lado esquerdo do peito. - Sofro com tais acusações e injustiças. - dramatizei.

- Já achas isso de mim e ainda não viste a quantidade de armas que guardo no meu roupeiro. - disse-lhe com um suspiro dramático e voltei a espetar os dedos na suas costelas, mantendo-a apertada contra o meu peito com o outro braço - A sério? Olha que quando me estavas a fechar a porta na cara não parecias estar em sofrimento.

Abanei a cabeça. 
- Como podes ter armas em casa com uma criança? - provoquei. - É demasiado perigoso! 
Encolhi-me quando senti os seus dedos nas minhas costelas e fiz uma careta.
- Foi repentino. Por tua causa. - acusei. - E vais ficar com dores nos braços. - alertei, rindo-me.

- Tenho o armário protegido. É à prova de crianças. Por isso não te preocupes, é à prova de ti também. - provoquei com um meio sorriso nos lábios e bufei para o ar com o seu comentário seguinte - Por estar contigo nos braços? Podia pegar-te o dia inteiro até ficar com dores nos braços. Eu sou forte. - disse sorridente.

Abri a boca, indignada.
- Tenho vinte anos, não sou nenhuma criança. - fiz beicinho e pisquei os olhos.
Abanei a cabeça.
- Quem te anda a mentir? - provoquei. - E assim nem posso olhar para ti. - murmurei num resmungo.

- Não? Mas olha que pareces. - provoquei - Só as crianças é que impedem as pessoas de entrar nos prédios delas. - continuei acabando mesmo por a pousar no chão. Bufei e revirei os olhos - Ninguém me mente. É a verdade. E tu sabes que sou. Mas gostas de ser do contra.