Sydney Harbour National Park

Dirigi-lhe um pequeno sorriso.
- Que profundo, Noah Walker, não estava à espera.- brinquei, acabando por encolher os ombros logo de seguida.- mas acho que vou ter de concordar contigo, as relações são complicadas.- murmurei. Não que eu tivesse tido muitas, porque não tinha. Mas já tinha tido muitos problemas por causa disso, isso sim. E o último tinha o nome de John. Soltei um suspiro pesado, visto que a última coisa que me apetecia era pensar naquele assunto e, por isso mesmo, acabei por me voltar a focar na conversa de Noah, soltando uma gargalhada mais audível.- apanhaste-me, Walker. Rapazes em balneários é mesmo a minha fantasia.- ironizei, agradecendo mentalmente o facto de ele não ter dado demasiada importância ao que tinha acontecido ontem. Pelo menos era o que parecia.- bem! - arregalei os olhos ao ouvir a sua história.- a tua vida é muito mais animada do que a minha.- fingi-me desiludida.- a única história mais dramática que tenho é mesmo um namoro que os meus pais arranjaram para mim.- confessei.- mas mesmo assim, nada se compara às tuas histórias.- pisquei-lhe o olho.- és mesmo irresistível, Walker.

Olhei para Kaylee, ouvindo-a a falar sobre relações e quão complicadas eram.
- Que a próxima seja melhor, então. - acabei por concluir, rindo-me.
Ouvi-a a suspirei e estudei a sua expressão, tentando perceber se deveria questioná-la sobre tal suspiro. Acabei por decidir não fazê-lo, porque ela tinha o direito de guardar as coisas para ela, se assim o quisesse.
- Sempre podes tentar entrar no balneário e satisfazer essa fantasia. - ri-me, dando-lhe um pequeno encontrão no braço.
Voltei a rir-me quando a ouvi falar sobre o que eu tinha partilhado com ela sobre as festas.
- Quando pessoas ficam bêbadas, muita coisa tende a acontecer. E nem tudo é bom. - encolhi os ombros e depois escutei-a com atenção, acabando por arquear o sobrolho ao ouvir as suas palavras. - Um namoro arranjado? Isso é estranho. - admiti, abanando a cabeça. - Imagino que não tenha resultado. 
Sorri de forma convencida quando ela disse que eu era irresistível e assenti, com uma careta brincalhona.
- É por ser tão irresistível que me beijam no meio da rua, mesmo que eu esteja podre de bêbado e pronto para discutir. - brinquei com ela, para a provocar e arrancar-lhe alguma reação.

- Amén.- gargalhei, como que a concordar com o que Noah tinha acabado de dizer, aproveitando depois enquanto o ouvi para apreciar o lago à nossa frente. Aquele parque transmitia-me mesmo muita tranquilidade. Era a calma no meio daquele frenesim da cidade, sem dúvida alguma. Levantei uma sobrancelha ao sentir o seu encontrão e acabei por retribuir, piscando-lhe o olho logo de seguida.- tu queres é que eu te veja sem camisola, Walker.- gozei, fingindo um ar muito sério logo de seguida.- mas eu sou uma senhora, não vou cair nessa. - continuei, mas rapidamente lhe mostrei uma careta quando a conversa foi novamente ter ao meu namoro arranjado.- é, os meus pais são capazes de tudo por dinheiro.- encolhi os ombros.- não aguentei nem uma semana.- gargalhei, apesar de aquilo não ter assim tanta piada. Aquele era um assunto do qual eu preferia nem me lembrar. Tinha sido tudo demasiado estúpido para sequer fazer sentido na minha cabeça. Aliás, tinha sido essa uma das razões pelas quais eu tinha querido sair daquela casa. E não me arrependia nem um bocadinho.
Olhei-o por cima do ombro assim que senti que estava com aquela sua expressão brincalhona de sempre e ao ouvir as suas palavras, tive de morder a parte de dentro da minha bochecha com força para não mostrar grande expressão.
- Isso ou porque és demasiado compreensão lenta.- encolhi os ombros, como se não estivesse minimamente afetada.- mas olha que não estavas assim tão bêbado para não retribuir.- atirei, levantando as mãos no ar logo de seguida, como se me estivesse a defender.- pelo menos foi o que ouvi dizer.

Nem sabia que horas era naquele momento. O sol estava a aquecer o meu corpo e eu deixava-me relaxar cada vez mais; sentia que ainda não tinha dormido tudo e, se estivesse sozinho, com certeza que já estaria adormecido.
- Já me deves ter visto sem camisola em algum momento. Sinceramente, não me importo com quem vê ou não. - fiz uma careta e acabei por me rir. - E não há problema nenhum em apreciar abdominais, oh. - brinquei com ela.
Abanei a cabeça ligeiramente quando a ouvi falar de que os pais fariam tudo por dinheiro. 
- Isso é triste. - acabei por dizer com um suspiro. - Sinceramente, eu virava costas assim que algo do género viesse à baila. Sou uma pessoa que, se não está agradada, nem deixa começar. - admiti com uma pequena careta.
Não conseguia imaginar-me naquela posição, em que os pais colocariam os próprios filhos numa situação daquelas. Era naqueles momentos que eu me considerava um sortudo pelos pais que tinha. Tinham sido pais muito cedo, mas sempre souberam como lidar connosco.
- Bem, eu estava bêbado, não estava incapacitado. - acabei por me rir. - Claro que foi o que ouviste dizer. E de certeza que também ficaste a saber que sou realmente um deus. - brinquei.

Assim que o ouvi dizer que o mais provável era que já o tivesse visto sem camisola, comecei a abanar a cabeça com um bastante chocado.
- Não vi nem quero ver.- gozei, tapando a cara com uma mão, como se o estivesse a ver naquele momento.- gosto muito de conseguir dormir à noite.- continuei, acabando depois por lhe dirigir um pequeno sorrisinho. Se calhar tinha mesmo de ir ver um jogo, só faltava a companhia. E escusado será dizer que depois da noite de ontem Jay estava fora de questão. Por falar nisso, ainda precisava de ver se conversava com ele sobre aquele seu ataque de...ciúmes?
Acabei por deixar aqueles pensamentos de lado, visto que a última coisa que me apetecia naquele momento era pensar em Jay e nas suas coisas e voltei a concentrar-me em Noah, encolhendo os ombros face às suas palavras.
- Por isso mesmo é que decidi vir para cá.- confessei.- quer dizer, não foi só por isso.- voltei a encolher os ombros.- mas foi uma das razões.- completei.- precisava de fugir daquilo tudo.- e por muito triste que aquilo pudesse soar, não deixava de ser verdade. Os meus pais conseguiam ser demasiado tóxicos.
- Pelo que sei, a rapariga é que era mesmo boa.- entrei na brincadeira, olhando-o com um sorrisinho traquina.- nem bêbado escapaste aos encantos dela.- mexi as sobrancelhas de uma forma engraçada.- o beijo deve ter sido mesmo bom.

Olhei para ela e ri-me.
- Na primeira festa a que foste, estive na piscina. Tenho a certeza que não estava vestido. E que tu estavas a babar-te. - provoquei-a, divertido com a sua tentativa de parecer indiferente.
Ouvi-a atentamente a dizer que o relacionamento arranjado tinha contribuído para que ela viesse para Sydney e assenti levemente, compreendendo o seu ponto de vista. Teria feito o mesmo, sinceramente.
- A rapariga é bastante convencida, diga-se de passagem. E aproveita qualquer oportunidade para me insultar. Portanto estou a ponderar se vale a pena manter contacto com ela. - brinquei e abanei a cabeça. - Eu mal consegui reagir. - admiti, acabando por me rir.

- Não me lembro de nada disso.- fingi um ar pensativo, encolhendo os ombros logo de seguida.- se não me lembro é porque não foi nada de especial.- piquei-o, dirigindo-lhe um olhar semicerrada e gozão e agradeci mentalmente o facto de o assunto dos meus pais ter ficado suspenso. Não me importava de lhe contar mais sobre isso, mas não naquele momento.- hmmm, não estás a ser muito convincente, Walker.- olhei-o por cima do ombro, sendo a minha vez de lhe dar um pequeno encontrão.- pelo que sei até lhe deixaste um bilhetinho e tudo.- pisquei-lhe o olho.- eu acho que ficaste caidinho e só não queres admitir.

Encolhi os ombros despreocupadamente quando ela continuou a provocar-me e sorri-lhe.
- Deixa lá. Há muita gente que aprecia e agradece. - ri-me e voltei a encostar a cabeça contra o tronco da árvore. - Nunca se queixaram, devo dizer. - acrescentei no mesmo tom de brincadeira.
Olhei para ela enquanto a ouvia falar de si mesma na terceira pessoa e acabei por fazer uma careta.
- Esperemos que ela não esteja muito iludida, coitada. É que pensa realmente isso, não sabe bem com o que lida. - fiz-lhe uma careta e fechei os olhos. - É preciso muito mais do que meia dúzia de palavras e um beijinho para eu ficar caidinho, devo dizer. - encolhi os ombros, decidindo ser sincero. Não queria dar-lhe esperanças ou magoá-la, independentemente das ideias dela. E, com aquilo, não estava a dizer que não lhe achava piada ou que éramos amigos e pronto, mas também lhe garantia que não estava caído de encantos.

- Há pessoas que se contentam com pouco, Walker.- encolhi os ombros.- a vida é mesmo assim.- e pouco depois de lhe ter respondido, Noah começou a responder à minha provocação, levando-me a mudar um bocado a postura.- eu estava a brincar, pensava que tinhas percebido.- revirei ligeiramente os olhos, desviando o olhar dele para a paisagem. Se eu já achava que o beijo tinha sido um erro, depois disto tinha a certeza.- nunca me passou nada disso pela cabeça.- acrescentei.- aliás, na verdade eu nem sei o que é que me passou pela cabeça.

- Bem, não me pareceste pouco contente ontem. - brinquei com ela.
Suspirei quando notei o seu tom a mudar completamente e abri os olhos. Sentei-me virado para ela e fui sincero.
- Não disse isto para te magoar, Kaylee. - abanei a cabeça. - Não quero que me interpretes mal. - suspirei. - É só que... eu quero evitar que te magoes. E que eu me magoe. - expliquei calmamente. - Não gosto de mal entendidos. E tenho de ser sincero contigo, mesmo que possa soar mal. Se tu me quiseres conhecer, ainda tens muita coisa por descobrir, assim como tenho a certeza que ainda vou ficar a saber muita coisa sobre ti. - fiz uma pausa, continuando a olhá-la. - Percebes? - questionei.

Visto que a conversa estava a tomar um rumo um pouco mais sério, decidi deixar as provocações de lado. Estava irritada comigo própria por ter deixado que aquela situação tivesse chegado àquele ponto. Se tivesse ficado no meu canto nada daquilo estaria a acontecer.
- Eu percebo isso tudo.- respondi, obrigando-me a olhar para ele quando se virou para mim.- e eu quero que percebas que tudo o que eu digo é só para me meter contigo.- encolhi os ombros.- não estou apaixonada, aliás, não me apaixono assim tão facilmente.- expliquei.- se te quero conhecer melhor? - olhei-o.- sim, mas isso não quer dizer nada.- continuei.- e quanto ao beijo...- mordi a parte de dentro da minha bochecha com força antes de continuar.- não sei.- acabei por soltar uma pequena gargalhada.- apeteceu-me.

Ouvi-a com atenção, tentando não desviar muito o olhar para o que nos rodeava, para ela não pensar que eu não a ouvia; contudo, também não fiquei ali a encará-la de forma estranha.
- Eu não estou a dizer que estás apaixonada por mim, Kaylee. - assegurei com um suspiro. - Cristo. Eu sou bom, mas não sou assim tão bom. - brinquei. - Só queria deixar as coisas claras, para evitar problemas. Não estou a dizer isto por causa do beijo, sinceramente. - encolhi os ombros. - E não é ser convencido ou ter mania, mas eu sei reconhecer quando é que está a haver interesse. E aqui - apontei para os dois, para ela perceber que eu também me referia a mim mesmo - há interesse. E acho que se formos sinceros e não andarmos a iludir-nos, podemos evitar confusões. - expliquei-lhe. - Independentemente do tipo de relação a que isto leve. - concluí.

- Não és assim tão bom, não te entusiasmes.- atirei, numa tentativa de aligeirar o ambiente, mas rapidamente me voltei a concentrar no que ele estava a dizer, acabando por concordar. Conseguia perceber onde é que ele queria chegar e, para ser sincera, estava ligeiramente surpreendida com a sua sinceridade. Nem todos os rapazes diziam as coisas daquela forma. Se é que as diziam sequer.- sim, eu sei, tens razão. Não que te pretenda magoar ou algo do género, mas percebo onde queres chegar.- acabei por confessar.- e obrigada pela sinceridade.- sorri-lhe, dando-lhe um ligeiro encontrão.- tenho de admitir que acabaste de me surpreender, Walker.- admiti, esboçando um sorrisinho trocista logo de seguida.- e de admitir que estás interessado em mim.- pisquei-lhe o olho.- era tudo o que eu queria, já posso ir embora.- gozei.

Revirei os olhos em jeito de brincadeira.
- Não foi isso que pareceu ontem. - continuei a provocá-la, fazendo uma careta e acabando por me rir.
Encolhi os ombros descontraidamente ao ouvir o seu discurso e voltei a sentar-me como estava antes, encostado ao tronco da árvore.
- Eu sou uma caixinha de surpresa. Cheio de mistérios. - brinquei - E tu não negas que estás interessada em mim, portanto... - continuei no mesmo tom, com um sorrisinho a bailar-me nos lábios; contudo, voltei ao meu registo mais sério para prosseguir. - Já vivi e vi experiências suficientes para ver que mais vale ser sincero, do que andar a iludir as pessoas. Não é simpático. E por muito que achem que eu sou um salta-pocinhas, ou seja lá o que gostam de me chamar, a verdade é que ninguém sabe de nada, a menos que eu queira que saibam. - expliquei calmamente.

Voltei a recostar-me no tronco da árvore, quando Noah fez o mesmo, mas não deixei de o ouvir, como era óbvio.
- Não nego nem confirmo.- brinquei, elevando as mãos no ar em minha defesa.- até porque nem te beijei nem nada.- gargalhei, encolhendo os ombros. Naquela fase, acho que já era legítimo gozar com a minha situação. Olhei-o por cima do ombro assim que senti o seu tom de voz ficar sério novamente e dei por mim a sorrir com as suas palavras. Era naqueles momentos que me arrependia de ter feitos comentários como os de ontem. Algo me dizia que a fama que Noah tinha não passava mesmo disso. De fama. Estiquei as pernas na relva, que era quase metade do tamanho das dele e acabei por tocar com um dos meus pés num dos seus, olhando-o depois.- e eu? - sorri.- posso saber?

Ri-me com as suas palavras.
- É claro que nunca me beijaste. Nem eu alguma vez pensei tal coisa. - brinquei. - Nem sei quem é que anda com essas ideias na cabeça.
Observei-a a tocar com o seu pé no meu e a questionar-me sobre o que eu acabara de dizer, sobre as pessoas só saberem aquilo que eu queria que soubessem.
- Bem, depende do que queres saber neste momento. - admiti. - Mas há coisas que têm mais piada se forem apenas... descobertas. - pisquei-lhe o olho, brincalhão. - Se fores uma pessoa observadora, acho que és bem capaz de ir descobrindo algumas coisas sozinha. - encolhi os ombros. - Não é que eu ande a esconder alguma coisa, não tenho segredos obscuros nem nada, mas também acho que não temos que andar a justificar a nossa vida a qualquer pessoa, a qualquer momento, sobre qualquer coisa. 

Ao ouvir as suas palavras, decidi entrar na brincadeira.
- Podes crer.- tentei manter séria.- as pessoas inventam cada coisa.- gozei, exibindo um revirar de olhos bastante exagerado. Olhei-o pelo canto do olho à medida que o ouvi falar e acabei depois por revirar os olhos de uma forma bastante sincera face às suas palavras.- és mesmo uma caixinha de surpresas.- resmunguei, empinando o nariz logo de seguida.- mas eu aceito o desafio.- assenti, muito confiante. Aliás, nesse mesmo instante tive uma ideia que me fez levantar.- mas neste momento o que quero saber é se aceitas vir jantar comigo.- estiquei uma mão na sua direcção para o ajudar a levantar, caso aceitasse.- temos de começar por algum lado.- encolhi os ombros.- e já que não te chegas à frente, eu não me importo de vestir as calças nesta relação.

Olhei-a, vendo-a a revirar os olhos perante a minha provocação.
- As pessoas têm uma imaginação muito fértil. - concordei dramaticamente.
Desviei o olhar para o parque enquanto a ouvia falar e concordar que eu, efetivamente, me revelava ser uma caixinha de surpresas. Voltei a encará-la quando, de modo confiante, ela disse aceitar o desafio.
- Não me lembro de chegar a desafiar-te. - brinquei, vendo-a a levantar-se e convidar-me para jantar. Aceitei a sua mão e puxei-a, fazendo-a voltar ao chão outra vez. - Podes vestir as calças à vontade. Eu não tenho pudor. - gozei com ela e levantei-me. - Qual é o teu plano para esse tal jantar? - questionei, estendendo o braço para a ajudar a levantar, tal como ela me tinha feito; no entanto, estive atento para ver se ela tentava retaliar.

- Eu não preciso que me desafies.- retaliei de uma forma bastante altiva, olhando-o de olhos semicerrados.- eu sou livre o suficiente para escolher as minhas próprias batalhas.- terminei com um encolher de ombros.
Fiquei à espera que ele se levantasse, soltando uma leve gargalhada face ao seu comentário, e estava a preparar-me para lhe responder quando o senti puxar-me de volta para o chão.- Noah!!! - guinchei, tentando de alguma forma amparar a minha queda, mas acabei por cair de cu ao seu lado.- estava a pensar em irmos comer um coisa boa.- confessei com um ar guloso.- tipo um hamburguer ou algo do género.- sugeri.- a não ser que não gostes, mas aviso já que se não gostares são tipo mil pontos negativos para ti.- semicerrei os olhos, agarrando na sua mão e fingi que o ia puxar, mas acabei por me levantar apenas, dando-lhe uma leve chapadinha na bochecha depois de o fazer.- eu sou uma pessoa séria, Walker, podes confiar.

- Gostas de mostrar-te muito independente. Cuidado contigo. - brinquei com ela.
Ouvi quais eram os seus planos para o jantar e estava prestes a dizer que, por mim, tudo bem, até ela dizer que, se eu não gostasse, ia descer pontos na sua consideração.
- Sinceramente? Odeio. Mas acho que podemos ir onde quiseres e eu lá acabo por ver o que se aproveita. - fingi falar a sério e revirei os olhos ao sentir a sua mão a bater-me levemente na cara, já depois de Kaylee se ter levantado. - Não abuses da confiança. - brinquei. - Vamos lá comer.

- Acredita, sou mais independente do que aquilo que pensas.- gargalhei, apesar de estar a falar bastante a sério.- e não é de todo para me armar, mas com os pais que tenho, era muito fácil acomodar-me.- encolhi os ombros, contendo a tendência que tinha para aprofundar aquele tipo de assuntos.
Arregalei os olhos assim que o ouvi dizer que não gostava da comida, mas rapidamente os semicerrei.
- Estás a mentir.- assegurei, mantendo a minha expressão.- já te conheço um bocadinho para conseguir perceber que esse ar sério não é verdadeiro, Walker.- e assim que terminei de falar, ignorei por completo as suas palavras, voltando a dar-lhe uma chapadinha. Dirigi-lhe um sorriso traquina, baixando-me para pegar na minha mala e comecei depois a andar à sua frente.- então? De que estás à espera? - olhei-o por cima do ombro.

- Não estou a duvidar, senhora independência. - brinquei com ela e depois assenti perante a continuação do seu discurso. - Já consegui perceber isso. - admiti com uma pequena careta.
Revirei os olhos quando ela voltou a dar-me com a mão na cara depois de me acusar de estar a mentir.
- Um dia, iremos jogar às duas verdades e um mentira. Quero ver se me conheces assim tão bem. - ri-me. - Talvez possa ser o nosso jogo enquanto esperamos por esses hamburguers que tanto desejas.
Esperei que ela pegasse na mala e depois agarrei-lhe o pulso, puxando-a para trás quando começou a andar. Ultrapassei-a e fiz-lhe uma careta divertida.

Soltei uma gargalhada ao ouvir o nome que me chamou e pousei uma mão no queixo, fingindo um ar pensativo.
- Kaylee independência Oswald.- fingi ponderar, acabando por assentir logo de seguida.- sim, parece-me bem.- gozei com um ar convencido.- olha, e não é que tiveste uma excelente ideia? - olhei-o surpreendida, ao ouvir a sua sugestão.- também, já estava na altura de dizeres alguma coisa de jeito, Walker.- encolhi os ombros, mantendo o meu ar sério que rapidamente se alterou ao senti-lo puxar-me pelo pulso. Revirei os olhos, vendo-o andar à minha frente e apressei o meu passo na sua direcção, fazendo-lhe uma pequena rasteira.- para jogador de futebol não sabes muito bem o que é jogo justo.

Revirei os olhos, acabando por me rir.
- Admito que soa bastante estranho. Como se estivessem a fazer uma homenagem à Estátua da Liberdade quando te deram o nome. - brinquei com ela.
Olhei-a e abanei a cabeça quando disse que, finalmente, lhe estava a dar uma boa ideia.
- Eu já te disse que sou uma pessoa cheia de surpresas. Até no que diz respeito a jogos. - pisquei-lhe o olho, convencido. - Vai já pensando em coisas para dizeres, Oswald. - pisquei-lhe o olho.
Ri-me com as suas palavras sobre jogo justo.
- Bem, não posso dizer que nunca fiz batotas em jogos, independentemente de jogar futebol ou não. - brinquei. - Digamos que nem sempre estou com muito espírito de equipa.

Acabei por me rir quando o ouvi fazer o mesmo, mas encolhi os ombros no minuto a seguir.
- Deviam era fazer-me uma homenagem a mim.- disse, bastante séria.- qual estátua da liberdade, qual quê.- olhei-o por cima do ombro.- já olhaste bem para mim?
Parei de andar durante breves segundos, quando o ouvi repetir pela milésima vez que era uma pessoa cheia de surpresas e mexi a mão de forma frenética, como se esta estivesse a falar.- tu dizes muita coisa, Walker.- encolhi os ombros.- agora, fazer...de palavras soltas está o mundo cheio.- fiz-lhe uma careta, para que ele soubesse que me estava a meter com ele, como sempre.- não preciso de pensar, já sei muito bem como te enganar.- pisquei-lhe o olho, saindo ao seu lado do parque e acabei por me rir quando ouvi o que ele disse depois.- sempre suspeitei que não tinhas assim muito jeito para jogar.- olhei-o pelo canto do olho.- cá para mim só dás uns chutos na bola para surpreender as miúdas.