Casa

Deixei-a, obviamente, entrar primeiro e comecei logo a rir. A B. estava doida por voltar a ver a Tasha. — Ela estava a morrer de saudades tuas, vê-se bem. — Sorri, e depois de trancar muito bem a porta e ativar várias coisas, fui até ao cantinho da B. certificar-me que ela tinha comida e bebida. Arranjei as coisas dela e voltei para perto das duas, pegando em Beast ao colo. — Está uma matulona!

— Sou bem forte, pensei que sabias disso! — Ri, dando um beijinho à B., pousando-a depois no chão com cuidado e deixei-a ir para o seu espacinho. Olhei para Tash e fui andando atrás dela. — Claro que não. Porque haveria? Os meus sentimentos não mudaram, Tasha.. — Suspirei e abracei-a por trás, com alguma força, demonstrando o carinho e a saudade que tenho dela.

Olhei-a da mesma forma, sério. — É tudo o que eu mais quero. Ter-te novamente nos meus braços. Ver-te adormecer e acordar teu lado. Proteger-te, manter-te segura... — Suspirei, apertando o abraço mas sem a magoar. — Tasha... Eu tenho tantas, tantas saudades tuas. — Sussurrei-lhe ao ouvido, suspirando levemente depois.

Assenti, contente com tal resposta. Finalmente, depois de tanto que passei e de tanta luta, vou ter a minha Tasha novamente nos meus braços.
Ri do resto, abanando a cabeça. — Então tu deves ser a ursinha de peluche! — Atrevi-me a brincar com ela, mas antes que ela ainda reclamasse do que eu disse, puxei-a bem para mim e beijei-a intensamente, prendendo-a a mim num abraço forte, protetor.

— Não importa. Desde que eu seja um bom urso e que te consiga proteger. — Suspirei. — Promete-me que se ele voltar a tentar contactar-te, que me dizes logo. Por favor... — Quase implorei, segurando o seu rosto e olhando-a nos olhos. — Natasha...

Apenas assenti, sem conseguir verbalizar tal coisa. — Tasha... Percebes agora? Ele conhece-me demasiado bem, sabe como eu penso, como eu faço as coisas... Aquilo... É tipo tráfico. E abuso, sexual e não só. Ele é maluco e quer fazer-te mal. Eu não podia... Merda. — Resmunguei e virei a cara para outro lado. Um gajo não chora, foda-se. Respirei fundo e fechei os olhos. — Perdoa-me.

— Filho da puta, cabrão... — Resmunguei, novamente furioso, mas voltei a respirar fundo logo de seguida. Olhei-a, pousando as mãos na sua cintura. — Tasha... Eu nem sei se consigo ir agora para o raio da tour. Tudo o que eu quero e preciso é proteger-te, e eu não consigo fazer tudo ao mesmo tempo. Tu és mais importante que a tour ou as outras merdas. — Acariciei o seu rosto e abracei-a novamente. — Não sei... Achas que é boa ideia? Ir lá para a minha mãe.

— Eu sei bem disso. Mas se alguma te acontecesse eu nunca me perdoaria, não ia ser capaz de seguir com mais nada que tivesse a ver com a minha carreira sequer. — Suspirei e encolhi os ombros. Talvez não fosse tão má ideia assim.
— Parece-me bem... Precisamos de estar juntos, sossegados e em paz. Preciso de tentar esquecer um pouco de tudo, antes que fique doido. Se é que já não estou... Aquele cabrão... Que Deus me ajude.

Sorri e assenti de imediato. — Claro que pode ser! — Respondi, contente. Até agradecia que assim fosse. Pelo menos ela está por perto e sei que está bem, consigo ficar um pouco mais descansado. Voltei a beijá-la e peguei nela ao colo entretanto, sorrindo. Fui levando-nos para o quarto, beijando-a de vez em quando. — Estás cansada, precisas de descansar. Ainda há roupa tua por aí... Eu não tirei nada.

Ri, assentindo. — Cadela? E se for macho? Ela se calhar ia gostar de ter um companheiro, quem sabe... — Sorri e pousei-a no chão entretanto. — Vou preparar a banheira, fica à vontade. — Saí entretanto e, quando estava pronto, voltei. Fiquei à porta, observando-a enquanto estava de costas. — Continuas linda, babe, mas ainda não entendi o motivo por teres emagrecido tanto. E hoje mal tocaste no jantar. Estou preocupado, Tasha.