Pub

A hora de fechar o bar aproximava-se, por sorte minha. Acabei por começar a recolher os pagamentos das pessoas que estavam no balcão e entregando-lhes o devido troco, e a um deles foi o rapaz da melhor cerveja que tinha no bar. - Obrigada. - acabei por dizer quando lhe entreguei o troco, como tinha feito com todos os outros clientes. - O bar está a fechar, peço desculpa, mas terá de sair.- convidei-o a sair, pois ainda tínhamos as limpezas para fazer. - Mas amanhã estaremos cá à sua espera. - sorri.

Limpei todo o bar com os meus colegas de trabalho e finalmente fui para casa, onde tomei um banho relaxante e dormi bastante, pois estava realmente a precisar à alguns dias.
Quando acordei senti-me realmente muito melhor e uma pessoa muito melhor do que aquela se tinha deitado a noite passada.

Hoje era para chegar meia hora mais cedo ao trabalho, iria haver uma reunião ou algo assim, tinha sido uma colega minha a ligar-me, pois eu raramente lia os vários e-mails que recebia diariamente. Mas que raio de reunião poderia haver? Mais trabalho? Só esperava mesmo que não.
Vesti um vestido simples com umas sandálias de salto, maquilhei-me e sai de casa em direcção ao bar, onde cheguei rapidamente, pois era relativamente perto de minha casa.
Entrei então no bar, ainda não tinha chegado ninguém, como sempre todos atrasados, como era habitual.

Ouvi a porta bater, seria talvez o resto dos trabalhadores, mas quando olhei um rapaz que a cara não me era estranha, mas não sabia de onde. Provavelmente seria um cliente do pub, ou algo assim.
Olhei o mesmo. - O bar ainda está fechado. - informei-o com um pequeno sorriso. - Só abre as 22 horas. - completei ainda olhando para o rapaz.

Fiquei um pouco de pé atrás com o rapaz continuando sem ideia do que ele fazia ali, depoi da sua resposta brusca, à qual um dos seguranças que fez sinal para não dizer nada.
Entretanto foram chegando os meus colegas e acabei por ir ter com ele e a pergunta continua no ar. Quem seria o rapaz ?

Fiquei quase de boca aberta quando ouvi o que ele tinha dito. Como poderia ir embora e não me ter dito nada ? O Mike era das pessoas com que mais me dava aqui no bar, e sinceramente também das melhores.
Agora já sabia quem era o tal rapaz, era o que tinha servido ontem é feito diversas perguntas sobre o bar, tudo batia certo agora.
Não disse nada quando perguntou a todos se havia alguma questão, de facto não havia, mas estava com um certo receio do que poderia vir aí agora.

Ficamos todos calados depois de nos apresentarmos e de ele dizer o que tinha a dizer, a mim não me serviu pois não tinha chegado atrasada, pelo contrário, até tinha chegado cedo demais.
Olhei para um dos meus colegas quando perguntou quem era o chefe de bar, eu teoricamente não o era, pois no meu contrato era uma simples barmaid mas fazia funções de chefe e recebia o mesmo que os outros. Mas podia ser desta vez que isso mudaria... - Sou eu. - acabei por dizer.

Olhei em volta e não disse nada, mas pensei e de facto não foram as melhores coisas. Estava bem tramada. Mais trabalho? Provavelmente . Era essa perguntava que mais me interessava, pois não estava para continuar muito mais tempo a desempenhar funções que não faziam parte do meu contrato.
Entrei no antigo escritório de Mike e olhei em volta, vazio e sem qualquer vestígio da presença de Mike. Acabei por me sentar numa das cadeiras e esperei que começasse a falar.

Olhei para ele por momentos, escutando o que me dizia. Sinceramente, já nem me lembrava do nome dele, nomes eram de todo o pior para mim para me relembrar. - Obrigada. - agradeci com um pequeno sorriso - Já me apercebi de alguns e já falei com os empregados, mas alguns acham que não lhe sou superior, porque de facto não sou. E não consigo estar a ver o que todos fazem. Não tenho tempo, como se apercebeu ontem.

Em tudo estava de acordo com ela. Bem vira como se safara na noite anterior. O movimento ao balcão era caótico de gerir - Bom, daqui em diante eu estarei cá e farei a maior parte da supervisão. Mas quando não estiver estás tu no comando e se as coisas não funcionarem quero que me digas, ok? 

Abanei a cabeça, concordando assim com tudo k que ele tinha acabado de dizer. - Tudo bem. - acabei por dizer. Não sabia se havia de acabar isto bom, o facto de ter menos responsabilidades ou não. Iria esperar para ver.

Assenti com a cabeça. - Sim, tudo bem. - olhei para ele e cheguei a cadeira um pouco para trás. - Posso ir? - questionei olhando a porta por segundos. Acho que não havia mais nada para falar.

Sorri ligeiramente e voltei a assentir com a cabeça. - Obrigada. - agradeci.
Sai do escritório e dirigi-me para o bar, onde verifiquei se estava tudo pronto para a abertura do bar. Acabei por dar falta de umas garrafas de bebida e dirigi-me ao armazém para as ir buscar.

A primeira noite foi um desafio. Os empregados estavam um pouco revoltados pelas mudanças. Eu não queria saber. A primeira semana passou-se e recuperei de imediato o ritmo, mas mal criando qualquer relação com qualquer um deles. Acabei mesmo por ter de despedir um rapaz por ser tão lento. Não tinha paciência.

As coisas aqui no bar estavam cada vez piores, pois se antes tinhamos poucos empregados, com todas as mudanças ficamos reduzidos a muito poucos, alguns que se foram embora, outros que foram mandados embora. Com isto, eu andava a trabalhar que nem uma louca, e numa noite de sexta feira, como era hoje, não tinha mãos a medir.
Já eram quatro da manhã e o bar estava cheio, algumas pessoas já estavam bebedas, como sempre, era a pior parte da noite.
- Quero uma bebida tão boa quanto tu! - ouvi gritar do fundo do balcão, não sabia para quem era, por isso ignorei completamente continuando a fazer o que estava a fazer anteriormente.

Passara a trabalhar activamente no pub. Era o meu pub por isso não me importava mas o meu humor estava afetado. Se eu era uma pessoa com pouca paciência, agora estava prestes a rebentar. 
As horas já iam longas e o bar fechava dali a uma hora. Eu era o último a sair e em casa também não me esperava uma noite tranquila com Evelyn. Servi a mim mesmo uma cerveja rápida. Dei uma olhada ao balcão e à minha única empregada que ainda não ameaçara despedir, Jasminr.

Acabei de servir uns clientes e tentei ir beber um pouco de água mas até isso era impossível pois já me estavam a fazer outros pedidos.
- E as nossas cervejas? - perguntavam dois rapazes do fundo do balcão, mas já com duas cervejas em cima do balcão. Achei um pouco estranho mas acabei por dizer que sim e rapidamente me virei para tirar as imperais, quando senti um apalpão no meu rabo o que me fez virar-me repentinamente de uma forma nada simpática.