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Limitei-me a soltar uma pequena gargalhada quando ouvi o que disse sobre o seu amigo e coloquei o cinto assim que o vi fazer o mesmo.
- Ai sim? - levantei ligeiramente as sobrancelhas, olhando-o por cima do ombro.- então acho que vou ter de experimentar mais coisas para ver se isso é mesmo verdade.- e claro, assim que acabei de falar o meu cérebro processou as palavras, fazendo-me levar as mãos à cara logo de seguida.- isto soou demasiado mal, desculpa.- gargalhei, verdadeiramente envergonhada, olhando-o de seguida por entre os dedos.- mas tu percebeste.

Eu ia responder-lhe assim que a ouvi falar, mas senti uma gargalhada abanar o meu corpo.
- Oh Kaylee, finalmente admitiste as tuas verdadeiras intenções. - gozei com ela, aproveitando todo o seu constrangimento.
Liguei o carro e comecei a percorrer as ruas que, àquela hora, estavam vazias e pouco iluminadas. Tentei não pensar no facto de aquilo ser sempre assim e Kaylee (e raparigas como ela), saírem do trabalho àquela hora e depois irem a pé para casa, sozinhas.
Abanei ligeiramente a cabeça, tentando afastar aqueles pensamentos e focar-me mais na estrada que se estendia à minha frente.

Como já era de esperar, Noah aproveitou o que me tinha escapado por entre os lábios.
- Tu és mesmo impossível.- revirei os olhos, esticando uma mão para lhe dar um pequeno murro no ombro e recostei-me depois no banco, ficando a apreciar o caminho que se formava à nossa frente. Às vezes tinha saudades de casa, dos meus pais, dos meus sítios, mas adorava viver aqui. Sentia-me mais livre, mais eu. Dei por mim a sorrir sozinha, com os meus pensamentos e assim que acordei, voltei a olhar para Noah, que também parecia perdido nos seus.
- Estás muito caladinho, Walker.- interrompi-o, espetando um dedo na sua bochecha.- em que pensas?

Fiz um sorriso traquina com a sua reação e afirmação sobre o quão impossível eu era.
- Prazer. Sou o Noah Walker. Não deixo muitas dessas escapar. - gozei.
Assustei-me ligeiramente quando ela me tocou na bochecha e abanei a cabeça. 
- Nada. - menti, fazendo uma careta.
Ouvi Louis a mexer-se no banco de trás.
- Acho que falamos que eu ia para tua casa. - lembrou-se de repente.
Abanei a cabeça ligeiramente. Já nem me lembrava.
- Tens razão. - murmurei, batendo com os dedos levemente no volante, enquanto travava ligeiramente. - Indicações. - olhei para a Kaylee rapidamente.
- Ela também pode querer ir connosco. - Louis riu-se, divertido, e eu revirei os olhos.

Limitei-me a revirar os olhos face à sua piadinha, mas mantive-me caladinha. Tinha de admitir que estava realmente a gostar de o conhecer. Óbvio que não lhe ia dizer nada, visto que ele era realmente impossível, mas ele era, realmente, uma caixinha de surpresas.
Semicerrei os olhos, ao ouvir a sua resposta à minha pergunta.
- Nem tu acreditas nisso.- resmunguei, mas não tive tempo de ripostar, visto que o seu amigo falou logo de seguida, mudando todos os planos. Ergui as sobrancelhas, ligeiramente confusa com a situação, mas rapidamente me recompus, colocando duas mechas de cabelo atrás das orelhas enquanto pensava.- se quiseres eu posso ir o resto a pé, já não estamos longe.- encolhi os ombros, apontando com o queixo para a rua à direita.- é já ali, depois daquela rua.

Suspirei quando ela disse que nem eu acreditava no que estava a dizer.
- Não era nada de especial. - acabei por dizer com um encolher de ombros.
Louis voltara a acalmar no banco de trás, pelo que parecia que voltávamos a ser só dois na conversa.
- Não te ia fazer ir a pé o resto do caminho. - murmurei num resmungo ao ouvir as suas palavras.
Ouvi as suas indicações e voltei a ir numa velocidade maia adequada, parando só quando chegamos ao local onde ela morava.
- Queres que te leve à porta ou vais bem sozinha? - perguntei, encarando-a.

Encolhi os ombros ao ouvir o seu resmungo, como se me estivesse a desculpar e ao ver a minha casa ao fundo da rua, desapertei o cinto.
- Podes parar aqui.- apontei.- é já esta.- sorri ligeiramente, procurando pelas minhas chaves dentro da mala e quando as encontrei, voltei a olhá-lo.- eu posso ir sozinha, já foste um cavalheiro por me teres trazido até aqui, eu desculpo-te por não me levares até à porta.- brinquei, piscando-lhe o olho.- mas pronto, parece que é agora que dizemos o adeus, Walker.- tentei manter o meu ar sério.

Observei-a a abrir a sua mala e a procurar pelas chaves.
- Ainda bem que estou desculpado. Penso que nem dormiria à noite. - brinquei com ela e virei o meu corpo ligeiramente para o lado, para a olhar. - Não estás à espera do beijinho de boa noite? - provoquei com um sorrisinho traquina.

- Pois, eu sei que não. Mas podes ficar descansado, eu sou um amor de pessoa.- sorri-lhe, vendo-o virar-se na minha direcção e percebi nesse momento que estava a chegar a hora de me ir embora. Tinha de confessar que era a última coisa que me apetecia, mas também sabia que não fazia qualquer sentido fazer-me de convidada para sua casa. Levantei ligeiramente as sobrancelhas face ao seu ar traquina e acabei por me esticar na sua direcção também, semicerrando ligeiramente o olhar.- por acaso até estou.- disse, com um encolher de ombros descontraído.- mas como tu és uma caixinha de surpresas, nunca se sabe se o beijinho pode ou não chegar.

- Isso realmente deixa-me muito mais aliviado. - brinquei com ela.
Observei os seus movimentos, vendo o preciso momento em que também ela se virou na minha direção e depois se inclinou ligeiramente, como se me provocasse.
Fiz um sorriso travesso e aproximei-me, deixando os meus lábios pairarem a poucos centímetros dos dela.
- Um dia, Kaylee Oswald, vais aprender a não me provocar. - disse baixo, sabendo que ela era capaz de me ouvir. Depositei um pequeno beijo na sua bochecha e abanei a cabeça. - Mas acho que não será hoje o teu dia de sorte. - afastei-me ligeiramente com um sorriso.

Assim que os seus lábios ficaram incrivelmente perto dos meus, dei por mim a arregalar ligeiramente os olhos, sentindo a minha respiração acelerar de seguida. Ele ia mesmo fazê-lo? Eu achava que...de qualquer das formas, esforcei-me por manter a minha postura, não ia dar o braço a torcer agora.
- Desculpa desiludir-te, Noah Walker, mas acho que esse dia nunca vai chegar.- respondi-lhe no mesmo tom, sentindo a sua respiração embater na minha cara. Fechei os olhos durante alguns segundos e só os voltei a abrir depois de sentir o seu beijinho na minha bochecha. Soltei uma gargalhada baixinha, ao perceber a sua provocação e estiquei-me depois na sua direcção, retribuindo.- não te preocupes, eu também não queria assim tanto.- atirei, com um encolher de ombros e afastei-me por fim dele, abrindo a porta para sair.- até amanhã, Walker.

Era inevitável não observá-la a reagir às minhas provocações. Do pouco que ia conhecendo de Kaylee, notava-se que ela não gostava de dar o braço a torcer, e a sua postura ia ao encontro dessa ideia. Mas ela não conseguia enganar tudo e todos. Se calhar, nem a ela mesma.
- Não querias, mas fechaste logo os olhos. - brinquei com ela no mesmo tom, voltando a encostar-me ao banco depois de ela também me ter beijado a bochecha. - Tem uma boa noite, Kaylee Oswald. Tenta não sonhar comigo. - sorri-lhe de forma inocente e esperei que ela saísse do carro, observando-a até afastar-se.

Noah era irritante. Mas um irritante bom, se é que isto fazia sequer sentido. A forma como respondia às minhas provocações dava-me...pica?! Sim, acho que era isto. Continuava a não saber muito sobre ele, mas tinha vontade de o fazer. Principalmente a partir do momento em que percebera que, se calhar, ele não era bem como diziam.
- Vai ser complicado, Walker.- gozei, depois de ouvir o que ele disse.- depois deste beijo, acho que fiquei apaixonada.- pisquei-lhe o olho por cima do ombro, já sentada com as pernas para fora do carro e impulsionei depois o meu corpo, fechando a porta atrás de mim. Encaminhei-me até à porta, abrindo-a com cuidado e dirigi-lhe um adeus antes de entrar.

Ri-me com as suas palavras e abanei a cabeça. Eu nem sabia quando é que aquela brincadeira ia acabar, mas, por aquele andar...
Voltei a abanar a cabeça e observei-a a caminhar até casa. Quando finalmente entrou, voltou a ligar o carro e percorri o caminho que separavam a sua residência da minha.
- Chegamos. - disse alto, para que Louis ouvisse.
Ele não estava adormecido, mas estava realmente muito sossegado. Depois de entrarmos, Louis dirigiu-se diretamente para o sofá e nem se deu ao trabalho de abrir o mesmo, acabando por se deitar ali. Eu, por outro lado, dirigi-me para o meu quarto depois de ir confirmar os meus irmãos (tanto o Ethan, como os gémeos), e lá acabei por adormecer.