Apartamento

- Demasiado rápido? - repeti de sobrancelhas juntas tentando ignorar o facto de ela estar só de toalha - Tu é que és lenta. Eu também estive a tomar banho. - disse seguindo-a para o interior do apartamento.

- Tenho o cabelo muito mais comprido do que o teu. - resmunguei num tom de voz alto o suficiente para ele ouvir atrás da porta fechada.
Despachei-me a pentear o cabelo e secá-lo com a toalha, indo depois colocá-la no cesto da roupa.
- Pronto. - disse, abrindo a porta. - Cheguei. - fiz uma careta na sua direção.

- Isso são só desculpas. - disse alto para que ela me conseguisse ouvir. Levantei-me assim que a Daisy voltou a aparecer na sala e peguei nas minhas coisas - Finalmente. - disse com um ar crítico apesar de estar a brincar com ela - Vamos lá então.

Cruzei os braços e revirei os olhos.
- Juro que te odeio cada vez mais a cada dia que passa. - disse, acabando por me rir.
Peguei na minha mala, que já tinha tudo o que ia precisar, e depois peguei nas chaves de casa.
- Vamos, apressadinho. - provoquei-o, saindo do apartamento.

- És incapaz de me odiar. - disse com um sorriso adorável esperando que ela agarrasse nas suas coisas para sairmos - A que horas é que sais do trabalho? - perguntei-lhe.

Ri-me.
- Acredita. Também achei que fosse impossível, mas agora é muito real. Ódio puro. - brinquei com ele, finalmente trancando a porta quando saiu.
- Saio do meio dia às duas para almoço. E depois consigo sair às quatro e meia, acho eu. - respondi-lhe enquanto saía do apartamento, desviando-me de algumas pessoas que lá estavam. (a minha outra personagem está mesmo à porta hahaha) - E tu? - virei-me para ele quando chegamos ao passeio.

- Não, podes mentir à vontade mas eu sei que não consegues. - continuei com a minha, sorrindo. Passámos por um casal que estava à porta a falar e continuei a caminhar em direção à zona onde tinha deixado o carro estacionado - Não tenho hora de sair. Nem sei se a Cinder vai andar por lá, mas se quiseres boleia avisa quando estiveres a sair e eu logo vejo.

Abanei a cabeça e ri-me, incapaz de continuar com aquela conversa sem qualquer sentido. Era claro que eu não o odiava e estava apenas a brincar com ele.
- Por "logo vejo", quero dizer... - comecei, fazendo uma voz mais grossa e imitando um sotaque australiano. - eu apareço mal precisares, Daisy Stylinson. - provoquei, divertida. Voltei para a minha voz normal e fiz uma careta. - Eu depois digo-te alguma coisa. - acabei por dizer, mais séria. - Ainda tenho que me decidir em relação a... - abanei ligeiramente a cabeça. - Achas que deveria ir? - perguntei, sem pensar, querendo saber mesmo a opinião dele.

Bufei quando a ouvi - Claro, tornei-me no teu motorista pessoal. - gozei tentando não rir - Quer dizer que se tiver pouco trabalho e estiveres a sair a essa hora eu vou buscar-te. É a tua sorte, seres minha vizinha. - pisquei-lhe o olho - Com o teu amigo? Hmm tu é que sabes. - encolhi ligeiramente os ombros.

- E o melhor de tudo é que trabalhas de borla. - brinquei com ele.
Caminhamos juntos até ao seu carro e suspirei com a sua resposta.
- Bem, esperava que fosse uma ajuda melhor do que isso. - admiti, esperando que ele destrancasse o carro para eu poder entrar no mesmo. - Mas obrigada. - ironizei, fazendo-lhe uma pequena careta.

- É a tua sorte. - dei-lhe um pequeno encontrão - Como vês eu sou extraordinário por isso não me consegues odiar. - acrescentei sorrindo - Não sei o que dizer, Daisy.. não acho que seja algo em que me deva meter. Tu é que sabes.

Afastei-me dele quando notei que o seu corpo vinha contra o meu e ri-me.
- É. Sou imensamente sortuda. - provoquei, divertida.
Suspirei com a sua resposta e assenti levemente.
- Tudo bem. Tens razão. - acabei por encolher os ombros, entrando para dentro do carro.

Sorri quando ele pegou nas suas chaves e depois se começou a encaminhar na direção do meu apartamento.
- Bem vindo de volta à minha humilde residência. - brinquei com ele, entrando finalmente em casa. Deixei que ele entrasse e fechei a porta, pendurando a mala. - Faz o favor de me contar as tuas preocupações. - pedi, já depois de ter entrado na cozinha e ter começado a preparar uma salada, visto que não estava com muito apetite.

Segui para dentro de casa da Daisy e sorri quando o Will se veio esfregar nas minhas pernas - Só estava preocupado contigo. - respondi-lhe pegando no gato e deixando-o nos meus braços - Queria saber se estavas bem.

Assenti levemente quando ele disse que apenas estava preocupado comigo.
- Queres? - perguntei, após ter acabado de preparar a salada.
Servi-me no prato e peguei em talheres, juntamente com um copo de água, e coloquei tudo na mesa.
- Não te preocupes. Está tudo bem. - garanti com um leve encolher de ombros. - O caminho sem mim foi divertido? - brinquei com ele.

- Já jantei mas obrigado. - agradeci sentando-me na mesma no lugar vago já que ficaria a fazer-lhe companhia apesar de não comer. Não me queria meter no encontro dela com o amigo por isso não fiz qualquer comentário à sua resposta - Foi calmo. É sempre diferente não ter uma embirrante ao lado. - provoquei sorrindo.

Comecei a comer calmamente, olhando-o e revirando os olhos, já depois de ele se ter sentado à minha frente.
- E, no entanto, - falei depois de ter engolido a comida - és tu quem está a embirrar comigo a todo o momento. - provoquei, divertida. - E também parece que tens uns sensores, que ouviste logo quando cheguei, senhor preocupadinho. - pisquei-lhe o olho e sorri.

- Ficaste sozinha com um gajo que já não vias há anos. - relembrei-a - É normal que fique preocupado. - encolhi ligeiramente os ombros - E estava na sala por isso não era difícil ouvir-te a entrar. - desculpei-me.

Sorri-lhe.
- Não te preocupes. Por agora é querido. Quando começares a parecer stalker, avisi a policia. - brinquei com ele.
Assenti e continuei a comer.
- Estavas à espera? - provoquei, divertida.

- Estás a chamar-me stalker por me preocupar contigo? - perguntei de sobrancelhas juntas enquanto a observava - Autch. Ok vou começar a pôr a preocupação de lado. - disse com um encolher de ombros.

Abanei a cabeça rapidamente, negando.
- Não. Estou a dizer que quando começar a parecer stalker, eu vou começar a preocupar-me com isso. - expliquei, finalmente acabando de comer. - Eu disse que a tua preocupação era querida. - encolhi os ombros levemente.
Levantei-me para colocar a loiça na máquina.
- Queres gelado? - perguntei, virando-me para ele.

- E então, sempre lhe foste mostrar a zona? - perguntei tentando parecer o mais natural possível e não, como ela tinha dito, um stalker. Recostei-me na cadeira com um sorriso por o Will me ter saltado para o colo e olhei para a Daisy - Pode ser. - respondi-lhe.

Mordi o interior da bochecha suavemente ao ouvir a sua questão.
- Sim, mostrei-lhe alguns locais. - respondi - E ele mostrou-me a zona em que está hospedado. Ainda não conhecia.
Preparei duas taças de gelado e peguei em duas colheres, pousando tudo na mesa.

- Ah ótimo. - respondi sorrindo apesar de não estar assim tão entusiasmado como isso. Agarrei na taça que ela me estendia e agradeci, antes de colocar o Will novamente no chão - Amanhã vais trabalhar? - perguntei.

Esbocei um pequeno sorriso com o seu "Ah ótimo". Ótimo. Enfim.
Peguei em duas colheres e ofereci-lhe uma, voltando a sentar-me.
- Pediram-me para ir durante duas horas, porque uma colega tem uma consulta a que não pode faltar. - encolhi os ombros levemente e comi um pouco de gelado. - Vai passar rápido. É logo na altura da abertura e, mal ela apareça, eu volto a ficar com a minha folga. - ri-me. - E tu? - questionei, voltando a colocar a colher na taça, para pegar em mais gelado.