Bar de Strip

Voltei a olhá-la e encolhi os ombros. Não queria contar-lhe muito da nossa vida uma vez que mal a conhecia e ela era colega da minha irmã. A Kim matava-me se soubesse que eu andava a contar a história dela, a nossa história, a outras pessoas - Ela também passou por imensos problemas como tu. E eu sempre fui muito protetor. Não sei, sinto que te tenho de proteger. - já que o idiota do teu namorado não o faz.

- Pronto, não tens problemas mas ainda assim podes contar comigo para te ajudar no que precises. - disse-lhe com um pequeno sorriso nos lábios. Bebi o resto da garrafa de água e assenti com a cabeça - Fico à tua espera lá fora. - tirei as chaves do carro e dirigi-me para o exterior do bar.

Rodei a chave nos dedos enquanto esperava pela Daisy do lado de fora e sorri quando a vi a caminhar na minha direção - Não tem problema. - disse-lhe antes de começarmos a caminhar até ao sítio onde tinha estacionado o carro.

Abri-lhe a porta do lado do passageiro tal como tinha feito anteriormente antes de entrar para o lugar do condutor. Tinha acabado de pôr o carro a funcionar quando a ouvi e dei por mim a sorrir - Sim? Onde? - perguntei não querendo que ela achasse que eu me estava a meter quando estava apenas curioso - De certeza que vai correr bem. - acrescentei ainda a sorrir - E não tem problema, não nos conhecemos assim tão bem mas podemos falar somos vizinhos, isso há de contar para alguma coisa. - brinquei.

- Isso parece muito mais o teu estilo. - disse sinceramente com um sorriso nos lábios enquanto a ouvia mas prestava atenção à estrada apesar de conduzir àquelas horas não ser propriamente difícil tendo em conta que não havia quase ninguém na rua - Não tens de agradecer. - disse uma vez mais e mordi o lábio inferior para tentar não me rir com o seu comentário - Prefiro raparigas mas obrigada por deixares a dúvida no ar. - brinquei e encolhi os ombros - No passado não resultou e deixei de me preocupar com isso. Além do mais tenho de pensar na minha irmã e no Tommy. É o que me interessa.

- Vais ver que consegues. - disse-lhe ainda a sorrir - Sim, tens razão. Os rótulos são horríveis. - eu sabia bem como é que isso era. Encolhi os ombros e batuquei com os dedos no volante - Não sei mas também não estou muito preocupado comigo. Mas hey, se precisar de conselhos já sei a quem pedir. - brinquei.

Sorri com o seu comentário e encolhi os ombros. Não que achasse menos daquelas raparigas que trabalhavam no bar, até porque a minha irmã trabalhava lá e sabia que apenas o fazia por necessidade como acontecia com muitas outras - Até pode ser isso mas até agora ainda não aconteceu. - disse-lhe com um encolher de ombros - Mas passo a contar com a tua opinião a partir de agora.

Olhei-a por momentos assim que meteu a mão por fora da janela e tive de me recordar que estava a conduzir e tinha de prestas atenção à estrada - De qualquer das formas pareces ser do tipo fiável e do tipo de pessoas que dá bons conselhos.

Juntei as sobrancelhas com o que ela disse e abanei a cabeça - Hmm não me parece. Mas de qualquer das formas sei defender-me, conto com isso para me salvar do teu ataque homicida. - brinquei com um meio sorriso.

Voltei a rir com o seu comentário - Podes sempre tentar. - disse sorridente, sorriso que se foi desvanecendo ao perceber que estávamos cada vez mais perto dos apartamentos - Hill. Wade Hill. - sabia que a minha irmã me ia matar se soubesse que estava a dar o nosso apelido a uma das suas colegas mas era a Daisy.. esperava que a Kim apenas me quisesse magoar e não fosse muito dramática..

- Tentarei quando menos contares. - encolhi os ombros casualmente e sorri.
Assenti quando me disse o seu apelido.
- Isso de diz o nome assim só resulta com o Bond. James Bond. - gozei com ele.

Voltei a rir - Podes tentar mas olha que pode correr mal para ti. - estávamos quase a chegar ao apartamento mas não tinha vontade nenhuma de a ir deixar novamente nas mãos do idiota do namorado - Tens razão mas deixei-me levar. Quem sabe se não sou o uma mistura entre o Super-Homem e o Bond...

- Estás a duvidar das minhas qualidades? - perguntei fingindo um ar sério enquanto a olhava de lado - Olha que não devias. - brinquei com um pequeno sorriso nos lábios antes de estacionar finalmente o carro.

Depois do que aconteceu na praia, aproveitei o resto da minha folga para passar algum tempo com o Tommy já que infelizmente não tinha assim tanto tempo com o meu filho. Passei toda essa noite a pensar no estranho da praia e no sexo escaldante e maravilhoso que tínhamos partilhado. Até começar a lembrar-me que tinha sido uma grande idiota. Tinha feito sexo sem qualquer proteção, a não ser a pílula que tomava mas isso não me safaria das doenças sexualmente transmissíveis e por isso no dia a seguir antes de ir trabalhar no pequeno café e antes da cotidiano do bar, fui até ao hospital fazer exames a tudo. Infelizmente mantive-me no fio da navalha durante a semana seguinte, à espera dos resultados. Graças à minha amizade com uma das enfermeiras consegui receber a resposta mais cedo do que era suposto e tudo dava negativo mas o problema era que muitos daqueles testes podiam dar negativo mas ainda assim havia alguma probabilidade de ter algo que apenas ainda estava adormecido. Não queria que o meu irmão se preocupasse por isso mantive isso para mim e tentei ao máximo comportar-me normalmente mas a verdade é que era difícil não pensar em tudo o que poderia acontecer. Parte de mim queria voltar a ver o estranho para lhe perguntar se ele tinha algo - como se ele não me pudesse mentir sobre isso... - mas ao mesmo tempo... Lembrar-me de tudo o que tinha acontecido na praia deixava-me sempre encalorada. Tinha sido algo espontâneo e inesperado e tinha sido sem dúvida maravilhoso.
Era uma nova noite de trabalho e dirigi-me à parte de trás para mudar de roupa para uns calções pretos curtos e justos e um top branco também curto e quase transparente que permitia ver o meu sutiã escuro. O meu patrão estava fora essa noite e por isso o bar estava novamente por minha conta o que me punha atrás do balcão. Amen a isso.