McDonald's

Olhei para ele e mantive-me em silêncio por momentos, enquanto acabava de comer.
- Eu estou bem. - assegurei calmamente, pegando no meu copo. - Vou estar atenta, perceber o que me põe... mal. - disse, com uma cara confusa. - Não sei. - finalizei, encolhendo os ombros.
Neguei com a cabeça e sorri-lhe.
- Estou satisfeita. Mas obrigada. E tu, vais querer mais alguma coisa? - perguntei-lhe, bebendo do meu sumo.

- Sim, faz isso. E tem cuidado com o que comes. Ou bebes. - relembrei-a tentando não mostrar um ar repreendedor. Devia era ter cuidado com quem tinha uma relação e vivia mas não o ia dizer assim - Não, eu estou bem assim também. Vamos então?

Assenti.
- Terei. Isto foi tudo demasiado estranho. - concordei com ele, levantando-me da mesa. - Sim, claro. Podemos ir. - sorri. - Ansioso para te veres livre de mim? - brinquei com ele.

Estranho não seria propriamente a palavra que eu usaria para descrever aquela situação tendo em conta o repertório do namorado dela. Caminhámos para fora do Mc e em direção ao local onde tinha deixado o carro estacionado - Eu gosto da tua companhia. - respondi honestamente - Por isso não.

- Fico contente porque se não gostasses tinha de te deixar aqui e ires à tua vida sozinha. - encolhi os ombros com uma expressão séria - Arranjar boleia ou assim. - continuei com a mesma expressão antes de sorrir - Mas como gostas da companhia dou-te boleia. - disse entrando para o carro.

Ri-me das suas palavras e abanei a cabeça.
- E o que é que te assegura, Wade Hill, que eu não digo isto só para me dares boleia? - provoquei-o, colocando o cinto de segurança. - Posso ser muito boa a fingir gostar minimamente de ti. - pisquei-lhe o olho.

- Porque eu sou muito bom a ler as pessoas e sei quando estás a mentir e quando estás a dizer a verdade. - disse-lhe. Entrei no carro e liguei o rápido mas deixei o volume baixo - Vamos para casa ou queres ir a algum lado?

Ri-me.
- Não digas isso muitas vezes, ou eu começo a testar as tuas capacidades de polígrafo. - brinquei com ele.
Encostei a cabeça no encosto e olhei para a rua, vendo as pessoas a passarem.
- É melhor ir para casa. - encolhi os ombros levemente. - E precisas de me trazer o meu gato de volta. - relembrei.

Ri também e encolhi os ombros - Posso não acertar sempre mas faço-o quase sempre. - assenti com a cabeça depois de a ouvir e arranquei do estacionamento, conduzindo em direção aos nossos apartamentos - Ele está seguro em minha casa mas sim, já o podes levar contigo.

- Veremos. - sorri. Iria mesmo ver se me lembrava de o testar com a sua capacidade, só mesmo pela brincadeira.
Bati com os dedos no joelho calmamente, continuando a olhar lá para fora.
- Queres ficar com o William uma noite, é? Dormir agarradinho e de conchinha? - provoquei-o.

Olhei para ela de lado enquanto conduzia para fora do estacionamento - De certeza que ele prefere dormir comigo do que contigo. - provoquei com um encolher de ombros - Mas não, eu devolvo-to. - disse com um sorriso - Mas não me importo nada de tomar conta dele quando não puderes.

Ri-me, divertida.
- Bem, podes tentar ficar com ele hoje e ver como corre. Ele adora dormir comigo. - encolhi os ombros. - Eu sou uma pessoa muito... - abanei a cabeça. - Eu nem sei onde é que ia com esta frase. - admiti, rindo-me.
Olhei-o.
- Não sabia que eras catsitter nos tempos livres. - provoquei-o. - Pensei que carros já fosse o suficiente para ti.

Voltei a rir e encolhi os ombros - Isso é porque nunca passou uma noite comigo. Depois de uma noite comigo ninguém escapa ileso. - juntei as sobrancelhas ao perceber como aquilo tinha soado por isso esperei que ela não levasse também naquele sentido - Nem por isso mas gosto de gatos, principalmente do Will por isso não me importava.

Abri a boca com o que ele disse, porque ia comentar algo, mas acabei por me rir, sem me conseguir controlar.
- Wade! - dei-lhe um murrinho no braço. - Não te gabes tanto. - gozei com ele, sem conseguir parar de me rir.
Abanei a cabeça, respirando fundo para que o riso parasse.
- O William também parece gostar de ti, por isso. - encolhi os ombros. - Já podes dizer que o teu amor é mútuo. - brinquei.

Mordi o lábio inferior para não rir também quando ela acabou mesmo por levar o meu comentário para aqueles termos - Não me estou a gabar, é a verdade. - encolhi os ombros ainda a sorrir - Will. - corrigi de olhos semicerrados - Da junção de Wade e Hill. - voltei a encolher os ombros - Ele sempre gostou de mim. Tecnicamente sou o pai dele.

Ri-me ainda mais e abanei a cabeça.
- Não te fica nada bem gabares-te assim. - comentei, divertida. - Aqueles que se gabam, costumam ser os piores. A maior parte, pelo menos. - fiz uma pausa. - Seja no que for. - ri-me mais.
Semicerrei os olhos na sua direção.
- William. Como o príncipe da Inglaterra. O gato é meu, sou eu quem escolheu o nome. - fingi-me chateada. - Tecnicamente. Na prática, és o vizinho chato que nem o nome dele sabe. - provoquei.

Encolhi os ombros - Não preciso de me gabar, estava só a constatar e além do mais tu é que levaste a conversa para este caminho. - constatei rindo.
- Claro que sei o nome dele. Fui eu que o meti. - bufei para o ar e semicerrei-lhe os olhos - Ou não te lembras?

Abanei a cabeça.
- Eu é que levei para esse caminho? Vi pela tua expressão que o fizeste mais rapidamente que eu. - ri-me.
Revirei os olhos.
- Ele chama-se William. Não é Will. Não foste tu quem deu o nome. - insisti. - E não aceito o argumento de que pode ser Will por ser o nome mais pequeno para William. Ele será sempre William. - encolhi os ombros e esbocei um sorriso convencido.

Abanei a cabeça, recusando-me a admitir que ela tinha razão - Não, tu é que começaste. - insisti com um encolher de ombros. Voltei a abanar a cabeça - Fui eu quem lhe pôs o nome. E William é muito grande, os animais precisam de nomes mais pequenos por isso Will é perfeito. - disse com um sorriso.

Revirei os olhos.
- Wade, não tentes discutir comigo. Eu sei que foste tu quem começou. - disse num resmungo divertido.
Abanei a cabeça.
- Não. William. Liam. Satisfeito com o nome pequeno? - provoquei. - Se lhe queres chamar um nome pequeno, aqui tens. Liam. - encolhi os ombros descontraidamente, vendo que estávamos mesmo quase a chegar ao nosso prédio.

Abanei a cabeça, recusando-me a dar-lhe razão apesar de saber que ela a tinha - Não e não. Não tentes passar a culpa para mim. Tarada. - acrescentei com um meio sorriso nos lábios apenas para a provocar - Will. - insisti com um revirar de olhos - O nome dele é Will.

Revirei os olhos exageradamente e bufei, dando mais ar de que estava chateada com aquela discussão, apesar de não estar.
- Para de tentar discutir comigo, Wade. Eu é que sei. Eu mando. - disse, convicta. - O gato é meu. Tu é que começaste. O gato chama-se William. E tu é que começaste. - encolhi os ombros descontraidamente. - Fim da discussão. - avisei.

Voltei a abanar a cabeça - Nope, tu começaste. - éramos demasiado teimosos por isso estava a ver que até haver outro tema não íamos parar de embirrar um com o outro - O gato pode ser teu mas graças a mim. Eu é que te salvei quando achaste que ele era um ladrão e eu é que insisti para que ficasses com ele. Logo Will é em homenagem a mim e é o nome dele!

Semicerrei os olhos e tirei o cinto assim que ele parou o carro, virando-me para ele rapidamente, mantendo aquela pequena discussão de forma brincalhona.
- Tu, Wade Hill, - disse lentamente, olhando-o. - Vais aprender a não ateimar comigo. - espetei o dedo na sua testa, devagar. - E depois vais pedir desculpa por este precioso momento, em que estás a gastar a tua saliva quão algo tão banal quanto... - fiz uma pequena pausa. - isto. Eu tenho sempre razão. - sorri inocentemente. - E esta vez não é uma exceção.