Quarto do Ty e da Tasha

Revirei os olhos e imitei o seu ar indignado. - Estás a chamar-me gordo?! Isto é tudo músculo, é só músculo! — Afirmei, apontando para os braços e abdominais. Ri-ne de seguida e suspirei. — Ficou toda contente, claro. Só te peço para não lhe contares nada sobre... Bem, tu sabes. Quanto menos ela souber, melhor — Suspirei, desviando o olhar.

— Esfomeado?? Não! Eu simplesmente gosto muito de pizza, assim como toda a gente! — Ri e assenti, nem sequer respondendo a mais nada quando àquele assunto. O melhor mesmo é tentar não pensar muito, nem que seja uma uns dias.
— Por mim pode ser. Mais relaxado que isso não deve haver. Maaaas... — Finge-me de muito pensativo e comecei a abrir-lhe o robe.

Imitei o seu sorriso e segurei na perna dela, depositando alguns beijinhos na mesma. — Só quero observar o teu corpo nu melhor, só isso. A não ser que tu queiras outra coisa, não sei. — Encolhi os ombros e empurrei-a cuidadosamente até se deitar na cama e fiquei a olhar para ela. — Ainda temos algum tempo antes do comer chegar.

- Sim Tyrone, que eu vou dar uma contigo a correr. - Resmunguei indignada com ele. Ambos sabiamos que não ia durar pouco tempo ou tempo que chegue para a pizza chegar. - Aprecias depois! - Pisquei-lhe o olho sorrateira.

Suspirei e cruzei os braços - Ora porra... - Fingi-me de desanimado e olhei-a novamente - Tu és tramada! - Ri baixinho e fechei os olhos depois, respirei fundo e coloquei a mão sobre uma cicatriz que eu tinha de lado, meio escondida. - Vou vestir qualquer coisa... - Afirmei, e segui para o armário, escolhendo algo

— Sim, está tudo bem babe. — Apressei-me a responder, pegando numa t-shirt branca e vesti-a logo de seguida. Virei-me para traz quando já estava pronto e sorri ao vê-la. — Estavas a gostar do que estavas a ver, é? Estás com aquele sorrisinho fofo que só tu sabes fazer. — Murmurei, aproximando-me dela e assim que segurei a sua mão, puxei-a para mim, abraçando-a. — A pizza deve estar quase a chegar. Pareces faminta!

- Agora estou mesmo, abriste-me o apetite. - Ri-me abraçando-lhe o pescoço com os braços e beijei-o delicadamente, de sorriso nos lábios. Não tardou em a campainha soar pela casa toda, fazendo-me olhar para a porta do quarto. - Eu vou lá! - Informei visto que ele ainda permanecia de boxers e uma t-shirt. Afastei-me calmamente e segui para a porta de entrada do apartamento, agarrando na minha carteira pelo caminho. Beast seguiu-me até à porta, parando diante da mesma com um ar irrequieto e curioso. - Sim, é pizza. - Disse-lhe, afastando-a ligeiramente para abrir a porta. Assim que o fiz senti um ardor forte nos olhos, não me deixando sequer ver quem se encontrava diante mim. A minha única reacção foi gritar por Tyrone e nada mais consegui fazer devido ao efeito que o gás pimenta teve em mim. Só pensava numa pessoa: Dyron.

Senti um ligeiro arrepio quando ouvi a B., mas tentei ignorar o mau pressentimento. "É só o gajo das pizzas", murmurei para mim mesmo, mas assim que ouvi o grito dela... — Merda. — Voltei a entrar no closet, uma vez que já tinha saído dali e pressionei um botão. Peguei na arma que tinha mais perto e fui a correr. B. estava agarrada à perna dele e felizmente ele não foi capaz de pegar em Natasha sequer. Puxei-a para dentro e fechei a porta, ficando ela assim no interior do apartamento e eu na parte de fora com aquele monte de merda. Houve vários tipos de sons durante alguns minutos, muita coisa aconteceu de forma muito rápida.
— Levem-no daqui, prendam-no lá. Quero três pares a rondar a área do prédio. Mexam-se! — Resmunguei e voltei a entrar, deixando B passar primeiro. Tranquei a porta e fui o mais depressa que pude até Natasha, encaminhando-a até à casa de banho. Ajudei-a a lavar os olhos com água e quando começou a sentir-se melhor, larguei a navalha e deixei-me cair no chão, pressionando a ferida com uma das mãos. Respirei fundo e fechei os olhos. — Foi só de raspão. A bala passou só de raspão. — Sussurrei para mim e retirei a mão para ver o estado do ferimento.

Assenti. — Sim, nós vamos sair daqui. Estou só à espera que cheguem os meus amigos, eles vêm buscar-nos. — Falei calmamente e, aos poucos, fui-me levantando. Continuei a fazer pressão com uma das mãos e com a outra peguei numa pequena toalha, molhando-a e torcendo-a de seguida como pude. Dobrei-a algumas vezes e aproximei-me de Tasha. — Fecha os olhos. — Pedi, e mal o fez eu coloquei-lhe a toalhinha sobre os mesmos, abraçando-a depois só com um braço. — Desculpa, desculpa. — Sussurrei.

— Vamos, vamos. Vamos sair daqui o quanto antes, estou só à espera que as tartarugas cheguem. — Resmunguei e respirei fundo, afastando-me ligeiramente. — Estás melhor? Já não arde? — Perguntei preocupado, tirando-lhe a toalhinha e esperando que ela abrisse os olhos. — Deixa-me só lavar a mão, está toda cheia de sangue.. — Suspirei e assim o fiz, subindo depois a camisola. Limpei a pele em redor da ferida com cuidado, olhando-a pelo espelho.

Deu-me uma vontade gigantesca de rir à gargalhada ao ouvir aquele comentário. Só ela para me fazer rir numa altura destas! Tentei controlar o riso para não me dar mais dores e fui até ao armário, procurando o desinfectante. — Precisava de ocupar a minha cabeça com algo nos tempos livres, então decidi exercitar-me. Fico contente por gostares! — Pisquei-lhe o olho e encolhi os ombros, mostrando a outra cicatriz, bem maior e mais feia, ironicamente feita pela mesma pessoa. — Não te preocupes, babe. Eu fico bem, sim? Agora está a doer-me para caraças mas eu fico bom num instante.

— Oh, mas da outra vez não foi um tiro, foi com uma faca. — Afirmei num tom divertido, mesmo sabendo que aquilo realmente não tinha piada nenhuma mesmo. Esbocei um pequeno sorriso quando a senti a abraçar-se e respirei fundo. — Vamos. Eu prometo-te que vamos. Podem aparecer alguns problemas, mas os obstáculos são normais na vida. Mas vamos ser felizes. — Falei com convicção, virando-me depois para ela. Dei-lhe um beijinho na testa e suspirei ao ouvir a campainha. — Eu vou lá. — Avisei e assim fui, espreitando primeiro, e só depois é que abri. Voltei para perto dela e estendi-lhe a mão. — Anda, vamos.

Levei as minhas mãos ao seu robe e ajeitei-o, apertando-o melhor. — Não te preocupes, é só daqui até ao carro, e do carro até ao próximo edifício. Ninguém te vai ver e se vir não há muito à mostra. — Murmurei, beijando-a calmamente e dei-lhe a mão. — Não te assustes se o Vinny conduzir muito depressa. O Roy começou logo a dizer para me despachar assim que abri a porta, para me tratar disto. — Encolhi os ombros e levei-a então dali para fora, e lá fomos no Range do Vinny.

Encerrado.