Oficina

- Está assim tão mal tratado? - Questionei, revirando os olhos quando me bateu com o pano. - Eu sei que talvez pareço um leão mas eu não preciso de ser domado, obrigado. - Esbocei um pequeno sorriso e olhei para as horas. - Queres ir jantar algures aqui perto? Se eu não te arrancar daqui agora, quando te aperceberes já o sol está a nascer de novo.

— Não sou assim tão burro, eu entendi perfeitamente aquilo que tu disseste. — Ri baixinho e acabei por fazer uma careta ao ouvir o que ela disse. Se preferires podemos comer no carro. Ou então eu vou buscar algo e comemos por aqui. — Encolhi os ombros.

— Por mim é como tu quiseres, é-me igual. — Encolhi os ombros e depois de suspirar, ri-me um pouco. — Tu e essa tua fixação pelo romance, credo. Nós somos no máximo amigos, acho eu. Não há necessidade de veres romance em tudo o que digo ou faço, são coisas normais — Encolhi os ombros

Ri e encolhi os ombros. — Não precisaa de te afastar, não te vou morder nem bater. — Assenti e tirei o telemóvel do bolso. — Ok. Não tens muita fome mas vais ter de comer alguma coisa. — Afirmei, indo até ao exterior fazer a chamada e encomendar as refeições, voltabdo depois.

Assim que desliguei a chamada arrumei o telemóvel no bolso e comecei a caminhar para dentro. Conseguia ouvi-la a resmungar, mas não entendia o que dizia. Aos poucos fui-me aproximando de si, e só então é que vi que ela estava a resmungar por se ter magoado. — Espera, Cin. — Afirmei assim que cheguei perto dela e retirei a sua mão, terminando logo a seguir aquilo que ela tinha começado. Uma vez pronto, virei-me para ela e olhei para a sua mão de novo. — Tens mala de primeiros-socorros ou coisa assim? — Perguntei seriamente, enquanto segurava na sua mão com cuidado.

Olhei para onde apontou e assenti, saindo de perto dela para ir ao tal cacifo. Retirei de lá o que precisava e regressei num instante, pegando em desinfetante e algodão para começar a tratar dos seus ferimentos. Ao início ainda ignorei o que disse, mas acabei por começar a sorrir. — Tem calma, só te vou tratar da ferida, não é como se eu fosse um médico maluco e te fosse cortar a mão. — Gargalhei e abanei a cabeça enquanto a tratava. — Eu não sou o Isles. — Comentei num tom divertido, olhando-a.

- Não sei é se conseguias... - Afirmei com uma leve careta. - Não que fosse impossível, mas eu acabava por fugir enquanto te contorcias com dores e nunca mais me punhas a vista em cima. - Encolhi os ombros e ri baixinho, segurando a mão dela com força para não me escapar. - Eu sei que arde mas já passa. Nunca ouviste dizer que o que arde cura, e o que aperta segura? - Sorri, terminando logo de seguida. - Pronto, já está.

- Sim, também é verdade. Mas neste caso deve, pelo menos, ajudar a curar. - Sorri e abanei a cabeça. - Não me ias encontrar. - Ri baixinho e revirei os olhos quando vi as notas. - Não é preciso, mas desta vez eu vou aceitar porque é mais fácil fazê-lo do que levar com a tua teimosia - Afirmei enquanto pegava no dinheiro, virando-me ao ouvir alguém chegar. - E por falar no jantar... - Fiz-lhe sinal e fui lá eu, dando o dinheiro e recebendo o comer entretanto. - Comemos onde? - Questionei, apenas por curiosidade.

- Sim, patroa! - Brinquei, seguindo-a até ao dito escritório. Passei-lhe o saco que continha a sua refeição e depois de retirar a sua bebida e uma cerveja para mim, sentei-me e comecei a comer. - Bom apetite - Desejei já de boca cheia, comendo em silêncio mas como se já não comesse há dezenas de dias

- Mais sarcasmo? - Questionei de boca cheia, mesmo antes de engolir. Bebi um pouco de cerveja depois de ingerir o que já tinha mastigado e encolhi os ombros. - Se te faz sentir melhor, já comi e dormi em sítios bem piores. - Encolhi os ombros e ri, abanando a cabeça. - Não me engasgo nada, eu só estou com fome, e é assim que eu como quando estou com fome. Com muita fome... - Suspirei e continuei a comer.

Encolhi os ombros e abanei a cabeça logo de seguida. - Não, já estou bem obrigada. Come mais um pouco pelo menos, mal tocaste na comida, Cin. - Suspirei depois de espreitar para a caixa dela e bebi o resto da cerveja. - Então, e onde é que tu vives? - Olhei-a com um sorrisinho, preparando-me para ouvir algo do género "O que é que tu tens a ver com isso?", ou quem sabe um "Porquê?". Com ela é sempre tudo muito... Imprevisível.

- eu disse.te que nao tinha muita fome de qualquer maneira - apesar de tudo continuei a comer ate porque a entaladela da mao me tinha deixado um pouco zonza - isso depende do dia. Quando tenho muito trabalho durmo aqui ou entao dirmo num apartamento na zona sul - respondi.lhe - sao mais os dias que durmo aqui que la

Sorri ao vê-la continuar a comer e depois fiz uma careta. - Dormes aqui? No sofá? - Questionei, suspirando de seguida. - Isso não te deve fazer lá muito bem às costas... Quer dizer, não estou a dizer que o sofá é mau, mas tendo tu o trabalho que tens, devias pelo menos dormir na tua cama. Mas eu compreendo. - Encolhi os ombros e suspirei. Retirei o telemóvel do meu bolso e revirei os olhos, ignorando a mensagem e a chamada. - Sobremesa? - Perguntei na brincadeira, uma vez que ela já se estava a ver aflita para acabar com a refeição dela.

- nao parece mas este sofa e bastante confortavel, e como estares numa nuvem. As vezes e melhor que a minha cama - agora com a mudanca para o novo apartamento, a minha cama era um colchao no chao, por isso aquele sofa era um mimo - depende de que sobremesa estas a falar, uma delas aceito. A outra nao - respondi, tapando o resto do meu jantar e pondo.o no frigorifico

- Bem, então nesse caso... - Encolhi os ombros. - Mas pronto, por norma num sofá acabas por dormir meio torcida e tal, é diferente a dormir numa cama. - Ri baixinho e ergui as sobrancelhas. - E que sobremesa é essa que tu aceitas e tanto queres, Cinder? - Perguntei, sorrindo.